quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Boas Festas

5 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado.

E deixo um poema que pesquei para o meu blogue:

Natal de 1971

Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Dos que não são cristãos?
Ou de quem traz às costas
As cinzas de milhões?
Natal de paz agora
Nesta terra de sangue?
Natal de liberdade
Num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
Roubada sempre a todos?
Natal de ser-se igual
Em ser-se concebido,
Em de um ventre nascer-se,
Em por de amor sofrer-se,
Em de morte morrer-se,
E de ser-se esquecido?
Natal de caridade,
Quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
Num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
Com gente que é traição,
Vil ódio, mesquinhez,
E até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Ou dos que olhando ao longe
Sonham de humana vida
Um mundo que não há?
Ou dos que se torturam
E torturados são
Na crença de que os homens
Devem estender-se a mão?


Jorge de Sena, Exorcismos .

Isso, boas festas. É tempo de festejar, apesar de tudo.

Paulo Prudêncio.

Higino disse...

Também Boas Festas para vós.

J J disse...

Primeiro desejo:
Bom Natal!
A árvore que aproveita os desperdícios é um bom início de conversa para uma época que deve ser de renascimento e renovação. Vamos a tempo?

O segundo desejo tem muito coração e pouca razão, mas recebi uma mensagem de um familiar brasileiro que dizia:
" (....) Mas esse é o problema: a modernidade está construída sobre a inteligência racional, que é a dos meios.
Precisamos escorá-la na inteligência emocional, que trabalha com os fins." António Damásio disse algo de semelhante.

Portanto, se é assim, Bom Ano de 2009 !

Anónimo disse...

Aqui deixo os meus votos de Boas Festas!

Natal, e não Dezembro

Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoda.

David Mourão-Ferreira - Cancioneiro de Natal. Lisboa: Edições Rolim, 1986.

João Ramos Franco disse...

Obrigado e Feliz 2009,
João Serra, fizeste-me voltar ao meu eu cultural e tornar a escrever, tentando cada dia que passa rebuscar no passado o meu contacto com o que li, estudei e recordar pessoas com quem muito aprendi. Agradeço-te o que tenho aprendido contigo e a amizade que me tens dado.
Para mim a esperança no futuro nunca é negativa, não deixo para os outros o que devo fazer, o principio de que o homem tem enormes capacidades para resolver os seus problemas está sempre presente e se cada um de nós usar o melhor que tem das suas capacidades humanas a Sociedade caminhará para um futuro melhor.
João Ramos Franco