sexta-feira, 30 de novembro de 2012

DETAIL Prize 2012

The winners have been chosen: Architects from 45 countries submitted a total of 589 projects for the DETAIL Prize 2012. This is the fifth time that the contest, which aims to highlight impressive projects from around the world, has been held. Once the editorial team had carried out its initial selection, the top-class jury and 3,894 DETAIL readers chose their favourites: The jury selected the project Residence Vitznau by Lischer Partner Planer AG as their winner, while the Readers' Prize went to Portuguese architects' office Pitágoras for its project Platform of Arts and Creativity. On 22 November 2012, both projects will be honoured at the award ceremony at the Schlosshotel im Grunewald in Berlin.



Platform of Arts and Creativity of Guimarães by Pitágoras (photograph by Pitágoras)

Residence Vitznau by Lischer Partner (photograph by Roger Frei)

À janela de Pablo Picasso

Pablo Picasso (1881–1973), Woman by a Window.1956

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Pias

Carta a Ophélia Queiroz

Bebé:
Obtida a devida autorização do snr. eng. Álvaro de Campos, mando-lhe o poema que escrevi entre as estações de Casa Branca e Barreiro A, terminando a inspiração, entretanto, na Moita.
Este poema deve ser lido de noite e num quarto sem luz. Também, devidamente aproveitado, serve para fazer papelotes para as bonecas de trapo, para tapar as fechaduras contra o frio, os olhares e as chaves, e para tirar medidas para sapatos a pés que não tenham mais comprimento que o papel.
Creio que estão feitas todas as recomendações para o uso. Não é preciso agitar antes de usar.
Até logo.
Íbis
11/1/1930

Casa Branca — Barreiro A.
(Poema pial)
Toda a gente que tem as mãos frias
Deve metê-las dentro das pias.
Pia número UM,
Para quem mexe as orelhas em jejum.
Pia número DOIS,
Para quem bebe bifes de bois.
Pia número TRÊS,
Para quem espirra só meia vez.
Pia número QUATRO,
Para quem manda as ventas ao teatro.
Pia número CINCO,
Para quem come a chave do trinco.
Pia número SEIS,
Para quem se penteia com bolos-reis.
Pia número SETE,
Para quem canta até que o telhado se derrete.
Pia número OITO,
Para quem quebra nozes quando é afoito.
Pia número NOVE,
Para quem se parece com uma couve.
Pia número DEZ,
Para quem cola selos nas unhas dos pés.
E, como as mãos já não estão frias,
Tampa nas pias!

MOITA *

* Silêncio na estação à vontade do freguês.

Cartas de Amor. Fernando Pessoa. (Organização, posfácio e notas de David Mourão Ferreira. Preâmbulo e estabelecimento do texto de Maria da Graça Queiroz.) Lisboa: Ática, 1978 (3ª ed. 1994). p. 48.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A violência das emoções

Ela [Maria Adelaide] queria amar. Incapaz de tolerar a frustração da idade e de tudo aquilo que a condenava e a excluía como objecto de amor, Maria Adelaide recorria a uma agressão destruidora que atingia o marido, os amigos, a sociedade denunciante. Mas, ao mesmo tempo que se sentia livre de amar, a violência das emoções despojava-a do sentimento do amor.

Agustina Bessa-Luís, O Mistério de Légua da Póvoa. Lisboa, O Independente, 2004, p. 154

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Um tapete voador

Uma sociedade de influências e em que predominem as mulheres de quarenta e oito anos e os homens de trinta seis é uma sociedade doente. Quem não se der conta disto está destinado a cair redondamente em erro: nem fará política, nem amor, nem aquilo que mais se parece com os dois - a hipocrisia.
Podemos reconhecer se há um elemento desagregador na teia do poder quando se instala o sentimentalismo como se fosse uma trepadeira que corrompe a estrutura de melhor alvenaria. Então toda a insensatez se desdobra como um tapete persa, exactamente um tapete voador que não tem relação com a realidade. Transporta as pessoas a grandes alturas sem lhes dar ocasião de compreenderem a arte mágica da sua situação, eminentemente erótica, como é demonstrado pelo simbolismo de voar.

Agustina Bessa-Luís, O Mistério da Légua da Póvoa. Lisboa, O Independente, 2004. p. 155 


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Registo

Nestas breves palavras quero em primeiro lugar agradecer o convite para participar nestas jornadas sobre Turismo e fazer votos de sucesso aos seus responsáveis e intervenientes.
Quero dirigir uma especial saudação à senhora Secretária de Estado do Turismo, uma pasta pela qual passam expectativas de um sector muito relevante da economia portuguesa e certamente a definição de políticas capazes de trazer um impulso positivo e para o combate às dificuldades do tempo presente.
Não me compete trazer a este seminário o resultado dos estudos em curso sobre impactes de Capital Europeia da Cultura na área económica e social, pois os seus autores o farão com mais rigor e oportunidade. Registo todavia que todos os indicadores disponíveis se mostram muito favoráveis aos desígnios da CEC, evidenciando a capacidade de atração muito significativa de Guimarães ao longo deste ano de 2012. Não apenas os números relativos ao "mais do mesmo" mas ao que é novo.
Seja qual for o ângulo de abordagem ou o indicador utilizado, o resultado é claro: os fluxos de turismo em Guimarães subiram muito este ano, coroando a notoriedade nacional e internacional da cidade, e consolidaram uma boa imagem externa como cidade patrimonial e de criação.
A associação entre cidade património da humanidade e cidade capital da cultura da Europa funcionou de forma harmoniosa e virtuosa. Os conteúdos artísticos e culturais programados para 2012 ilustraram e reforçaram o nexo entre a representação das raízes e da origem, própria de uma cidade histórica, e a representação do desejo de futuro e da  superação pela energia, própria de uma cidade de criação. A programação deu resposta eficaz - diversificada, envolvente e pertinente  - à inclusão de Guimarães em finais de 2011 e princípios de 2012 no elenco dos principais  destinos turísticos do ano por parte das mais prestigiadas publicações turísticas internacionais.
O turismo cultural está há muito tipificado. Tem como protagonistas centrais grupos com elevada preparação académica, onde preponderam profissionais que se retiraram da vida activa relativamente cedo, procuram os seus destinos fora das grandes concentrações do calendário tradicional dos fluxos, prepara cuidadosa e autonomamente a vista, norteada por critérios que privilegiam a qualidade da oferta patrimonial e artística.
Sabemos que se trata de um turismo exigente, quanto à qualidade do serviço que procura, que gosta de ser surpreendido mas que valoriza a informação que lhe é disponibilizada e de que não abdica.
Daí, Senhora Secretaria se Estado, a grande importância que no projecto de Guimarães 2012 assume o papel  da comunicação, objecto de um protocolo longamente discutido e negociado com o Instituto de Turismo de Portugal, que V. Ex.a tutela. Temos experimentado dificuldades em obter o cumprimento integral desse protocolo, mas espero que seja possível em tempo ultrapassar os problemas. Estamos como é sabido na iminência de concluir a programação da Capital Europeia da Cultura, e não seria agora susceptível de absorção qualquer alteração dos pressupostos orçamentais com que trabalhamos desde o inicio.
Temos visto nas entidades de turismo, Instituto de Turismo e Turismo Porto e Norte, sempre os parceiros de uma cooperação estratégica e esperamos que assim continue a ser.
Senhora Secretária  de Estado,
Guimarães 2012 não se limitou a consolidar uma presença forte nas correntes de turismo cultural geradas em Portugal e oriundas do exterior. Guimarães 2012 estimulou de forma sensível um segmento do turismo cultural particularmente relevante no futuro, que é o turismo de participação nos processos criativos, o turismo, para usar o lema da CEC, do fazer parte.
Este segmento de turismo vê a cidade não apenas como um local de consumo, mas como um local de experiência pessoal e colectiva, de enriquecimento através da participação no processo de criação e apresentação. Este tipo de turista sente-se tão responsável pela qualidade de vida urbana como os residentes ou visitantes assíduos e próximos.
Na origem do sucesso deste tipo de turismo cultural está não apenas a qualidade da programação, mas a empatia da cidade, a forma como a cidade e os seus cidadãos transmitem os valores da convivência na diferença e da projecto colectivo assente no contributo autónomo individual.
Uma cidade que não despertasse o orgulho dos seus habitantes e não provocasse identificação com os que nela se acolhem não seria com certeza uma cidade que desse gosto visitar.
Foi esse valor que Guimarães 2012 trouxe para a primeira linha da sua projecção como cidade e foi esse valor que foi reconhecido pelos visitantes. Creio que todos temos a obrigação de proporcionar as condições para que a cidade possa prosseguir de forma realista esse caminho.

sábado, 24 de novembro de 2012

Arte e indústria

Apresentação em Leiria, num seminário promovido pelo Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto, do Instituto Politécnico de Leiria, do tema "Arte e Indústria na Cerâmica portuguesa do século XIX".
A palestra teve lugar no MIMO (Museu da Imagem em Movimento) onde também esteve patente uma exposição intitulada Cerâmica, Reflexo de um Cultura: Exposição Representativa da Indústria Cerâmica na Região de Leiria.
Oportunidade para revisitar temas como a transformação da indústria pela introdução do maquinismo, as mudanças no fabrico cerâmico resultantes do crescimento urbano e da mundialização dos mercados, inovação na cerâmica, a relação entre cerâmica e criação artística. Oportunidade também para falar de Manuel Mafra, Rafael Bordalo Pinheiro, o movimento Arts and Crafts.

Amigas de Leiria

Foi nas tertúlias criadas por iniciativa de Acácio Sousa, no Arquivo Distrital, que tudo começou. O interesse pela história - de facto a preocupação com tentar perceber - foi o estimulo que cimentou uma nova teia de relações que me ligou a Leiria.
A Paula e a Nídia (que entretanto descobrimos ter sido minha aluna nos finais da década de 70 na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) tiveram aqui um papel crucial, pela sua disponibilidade e gentileza pessoais e rara capacidade de atrair um circuito de temas e pessoas à convivência intelectual.
Conheci mais tarde a Isabel, com a sua vivacidade fascinante, exactamente no contexto de uma homenagem a Acácio. 
Vieram a Guimarães em Junho e procurei sugerir-lhe uma ou duas pistas de visita à Capital Europeia da Cultura. Franquearam-me agora o acesso a um dos seus encontros regulares, num daqueles restaurantes de qualidade de que a cidade tanto se orgulha. O mínimo que posso dizer é que estou consciente do privilegio que me concederam e do afectuoso envolvimento que me dispensaram. Mouito brigado a todas vós.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Maravilhas que validam a existência mortal do homem

O amor é, com intensidades várias, a maravilha imperativa do irracional. É inegociável, tal como a (condenada) demanda de Deus entre os Seus enfermos. Tremer, no mais fundo âmago do nosso espírito, nervos e ossos, à vista, à voz, ao mais pequeno toque do ser amado; imaginar, maquinar, mentir despudoradamente para conseguir alcançar, estar perto do homem ou da mulher amados; transformar a nossa existência (pessoal, pública, psicológica e material) num instante imprevisível por via e consequência do amor; suportar dor e depressões inomináveis devido à ausência do amado ou à debilitação do amor; identificar o divino com a emanação do amor, como faz o platonismo, que é o mesmo que dizer o modelo ocidental da transcendência - é desfrutar do sacramento mais inexplicável e banal da vida humana. É, dentro do potencial de cada um, tocar a maturidade do espírito. Fazer equivaler este universo da experiência ao libidinoso, como o faz Freud, explicá-lo em termos de vantagens biogenéticas e procriadoras, são reduções quase desprezíveis. O amor pode ser o elo involuntário, culminando na autodestruição, entre indivíduos nitidamente inadequados um para o outro. A sexualidade pode ser incidental, transitória ou completamente ausente. O mais feio, mais desgraçado, mais malvado entre nós pode ser o objecto de um Eros desinteressado e apaixonado. O desejo de morrer pelo amado ou pela amiga - l'amie, como diz o francês de modo tão exacto e luminoso -, as lúcidas insanidades do ciúme, são contraprodutivas nos termos de qualquer racionalização biológica  (darwiniana) ou social. A famosa máxima de Pascal, segundo a qual o coração tem razões que a razão desconhece, acaba por privilegiar a racionalidade. Não são as "razões" que enchem o coração. São necessidades de uma origem completamente diferente. Para além da razão, para além do bem e do mal, para além da sexualidade que, mesmo no auge do êxtase, é um acto perfeitamente menor e efémero. Esperei uma noite inteira debaixo de chuva torrencial para ter um vislumbre da amada a dobrar a esquina. Se calhar nem sequer era ela. Deus tenha piedade daqueles que nunca conheceram a alucinação de luz que preenche as trevas durante uma dessas vigílias.

Do poder supremo, irracional, rebelde a qualquer análise, e muitas vezes desastroso, do amor advém a ideia - será mais uma vez uma puerilidade? - de que "Deus" ainda não existe. De que só existirá, ou, mais precisamente, de que só se tornará manifesto à percepção humana quando houver um amor imenso e muito mais excessivo do que o ódio. Toda e qualquer crueldade, toda e qualquer injustiça inflingida sobre o homem ou sobre o animal justifica as conclusões do ateísmo na medida em que afasta Deus daquilo que seria efectivamente um primeira vinda. Mas, mesmo nas horas piores, sou incapaz de abdicar da convicção de que as duas maravilhas que validam a existência mortal são o amor e a invenção do tempo futuro.

George Steiner, Errata: Revisões de um Vida. Lisboa, Relógio d'Água, 2001. p. 202-204.

Ritual

Até que, no dia 23 de Fevereiro de 1981, vinte dias depois de completares trinta e quatro anos, apenas quatro dias depois de ela fazer vinte e seis, conheceste-a, foste apresentado a Ela, à mulher que está sempre contigo desse essa noite de há trinta anos, a tua mulher, o grande amor que te emboscou quando menos esperavas, e, nas primeiras semanas em que viveram juntos, em que grande parte do vosso tempo era passado na cama, instituíram um ritual de ler contos de fadas um ao outro, coisa que continuaram a fazer quando, passados seis anos, nasceu a vossa filha, e, pouco depois de terem descoberto os prazeres íntimos de ler assim um ao outro, a tua mulher escreveu um longo poema em prosa intitulado Ler para Ti.

Paul Auster, Diário de Inverno. Memórias. Alfragide, Asa, 2012. p. 79

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Desagradável, seca, brusca, fria, cruel.

Lisboa, 22 de Janeiro de 1886.

Minha querida Emília

Ontem, depois de passar o dia a pensar em si, levei ainda a noite a sonhar consigo; assim o tempo todo lhe foi dedicado. Se, porém, nos meus pensamentos, tu me apareceste sempre encantadora, minha querida - no sonho apresentaste-te desagradável, seca, brusca, fria, cruel, a um ponto que me fez romper em lagrimas! Os meus prantos todavia, e a vossa "ferocidade", atribuo-os a um "bacalhau de cebolada" comido num covil, a horas tardias, com amigos mundanos.

Eça de Queirós entre os seus. Cartas intimas. Lisboa, Caminho, 2012. p. 69

Ricardito

- Estás mais bonita que nunca, peruaninha. Amo-te, desejo-te com toda a minha alma, com todo o meu corpo. Nestes quatro anos não fiz outra coisa senão sonhar contigo, amar-te e desejar-te. E também amaldiçoar-te. Cada dia, cada noite, todos os dias.
Passado um momento, afastou-me com as suas mãos.
- Tu deves ser a ultima pessoa no mundo que ainda diz essas coisas às mulheres. - Sorria, divertida, olhando-me como um bicho raro.  - Que piroseiras me dizes, Ricardito.
- O pior não é que as diga. O pior é que as sinto. Sim, são verdade. Tu transformas-me numa personagem de telenovela. Nunca as disse a ninguém a não ser a ti.

Mário Vargas Llosa, Travessuras da Menina Má. Lisboa, Dom Quixote, 2006. p. 123.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Triunfar na capital


Província

Se eu tivesse nascido 
No seio da província, era fatal 
Que o meu sonho maior, o mais sentido 
Seria triunfar na capital. 
E depois de tê-lo conseguido, 
Voltar à terra natal 
E ser pelos conterrâneos recebido 
Com palmas e foguetes, 
Fanfarras, vivas e banquetes 
Na Câmara Municipal. 

Carlos Queirós

terça-feira, 20 de novembro de 2012

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Tesouro


Manuel António Pina era membro do Conselho Geral da Fundação Cidade de Guimarães desde Outubro de 2011. Não foi necessário esgrimir argumentos em favor da proposta. Mais difícil de explicar seria o da omissão anterior.
O valor do intelectual que aliou a independência crítica a um fino discurso analítico da realidade portuguesa e do escritor para quem a plasticidade da língua não conhecia limites justificava a sua presença num organismo que incluía já a figura tutelar de Eduardo Lourenço. Acresce que o consabido fascínio de Manuel António Pina pelo cinema o trouxera até ao convívio amigo e noctívago dos dirigentes do cine-clube vimaranense. Era estimado na cidade.
O Manuel António Pina, a quem me dirigi com a solicitação de inclusão pro bono na Capital Europeia da Cultura, era um homem afável, que nem por um momento pôs em dúvida a pertinência do projecto a que se iria ligar. Sorriu-me com aquela expressão de inocência com que nos brindava de lábios apertados à sombra do bigode. Esse sorriso era o sinal da cumplicidade que tão bem sabia reconhecer e cultivar. Também a designou por amizade, "uma espécie de tesouro escondido onde só se alcança depois de ter vencido longamente caminhos e tempestades".

João Serra, Presidente da Fundação Cidade de Guimarães

[Publicado no Jornal de Notícias de ontem]

sábado, 17 de novembro de 2012

Registo. Fernando Távora


Esta exposição sobre a vida e obra do arquitecto Fernando Távora assinala um momento de grande importância da programação de Guimarães 2012.
Esse particular significado prende-se, em primeiro lugar, com a posição cimeira que Távora preenche na história da arquitectura portuguesa e na história do ensino da arquitectura. Tanto numa como na outra, a sua acção representou uma mudança, criando novos paradigmas e estimulando novos caminhos. Precursor e  mestre, inspirador e protagonista, o seu impulso criador deixou marcas nas cidades e deu oportunidade a discípulos. Por ele passou, homem de visão e de cultura invulgares, também a descoberta do fio que levaria a arquitectura portuguesa a projectar-se, como se projectou, no exterior.
Guimarães 2012 não poderia passar ao lado deste figura eminente e prestar-lhe a homenagem devida. Para isso contou desde a primeira hora com o empenho inexcedível do arquitecto Álvaro Siza Vieira e da Casa da Arquitectura, dirigida pelo arquitecto Carlos Castanheira. Estou muito grato a ambos, como Presidente da Fundação Cidade de Guimarães e como programador da área do pensamento da Capital Europeia da Cultura, onde este projecto foi inicialmente acolhido e desenvolvido. Em ambos encontrei sempre a força para tornear dificuldades e vencer obstáculos e a clarividência indispensável para encontrar soluções.
Mas também devo referir que, sem a colaboração da família de Fernando Távora, designadamente da Senhora D.ª Luísa Távora, do Arq. Bernardo Távora, e da Dr.a Maria José Távora esta exposição não teria sido possível. Neste âmbito, é justo destacar o papel facilitador do Dr. Álvaro Sequeira Pinto.
Uma palavra de agradecimento é igualmente devida à Fundação Marques da Silva, uma das primeira instituições com que a Fundação Cidade de Guimarães cooperou no passado e que agora disponibilizou o vasto acervo à sua guarda para a pesquisa e selecção de materiais destinados à presente exposição.
Também quero agradecer à Escola de Arquitectura da Universidade do Minho a forma como desde o principio acolheu e acarinhou este projecto de execução complexa e exigente. Neste agradecimento envolvo igualmente as Faculdades de arquitectura das Universidades do Poro e de Coimbra e a Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos.

A presença de  Fernando Távora em Guimarães está atestada em diversos edifícios por si projectados,  públicos e particulares, a começar pela sua própria casa, a casa da Covilhã, e a terminar nesta casa de formação de arquitectos, inserida no campus vimaranense da Universidade do Minho.
Mas não foi só em edifícios que o saber e experiência de Távora se desdobrou. Ele foi o grande mentor do projecto de reabilitação urbana, desenvolvido a partir dos anos 80 do século passado e que permitiu em 2001 o reconhecimento do centro histórico de Guimarães como património mundial. Guimarães deve-lhe essa visão, essa construção.
O visitante da cidade, surpreendido com a qualidade do espaço urbano histórico, a preservação que o torna acolhedor e amigável, é levado a crer que o que vê hoje sempre foi assim. Ora, as cidades tem uma história, e esse história é feita de abandono, de descuido, de destruição, tanto quanto de regeneração, de inovação, de reconstrução. E até, para utilizar uma expressão de Shumpeter a propósito das crises do capitalismo, de destruição criativa.
Guimarães ostenta as marcas do sonho do arquitecto. Eu que o não conheci, dou muitas vezes por mim a procurar nas ruas, nas casas, nas praças desta cidade o olhar que sobre elas lançou Fernando Távora antes e durante o longo processo de maturação e execução da reabilitação do casco histórico da cidade. Se fosse cineasta, proporia a mim próprio redescobrir os passos e as conjecturas desse sonhador que se deixou seduzir por uma cidade velha e rude, orgulhosa e sombria, onde como sugeriu Raul Brandão, as calçadas são desgastadas por cima pelos vivos enquanto os mortos as percorrem do lado inverso. Uma cidade cuja energia transbordante decerto contagiou o arquitecto.
Gostaria de ser capaz de surpreender essa elaboração – desejo e pensamento – de Fernando Távora sobre Guimarães. Ele não esteve só. Homem de uma cultura superior e invulgar trouxe para a sua beira, para usar uma expressão de desvelo como alguém me sublinhava recentemente , além de Raul Brandão, Francisco Martins Sarmento, Alberto Sampaio, Abel Salazar e Joaquim Novais Teixeira. A modernidade da reflexão, da análise, da cultura.
Aqui há atrasado – outra expressão que aprendi a usar aqui no Norte também há pouco tempo – Álvaro Siza fez-me chegar às mãos um projecto do arquitecto António Meneres sobre arquitecturas populares no Norte de Portugal. Entre a documentação que me entregou figurava uma fotografia datada de 22 de Maio de 1966.

Essa seria a imagem inicial do meu imaginário filme. Nua rua do centro histórico da cidade de prédios com janelas de guilhotina, sobe um casal em traje domingueiro (e de facto, 22 de Maio nesse ano calhou a um Domingo). De acordo com a legenda, João Toscano (suponho tratar-se do arquitecto brasileiro, paulista, discípulo de Niemeyer, nascido em 1933 e recentemente falecido, João Walter Toscano) fotografa o interior de um dos edifícios. Uma menina de soquettes e sapatos brancos está em primeiro plano. Não terá mais de três ou quatro anos e aponta inquiridora para qualquer coisa que não podemos descortinar, mas que esta no campo de visão do fotógrafo, seu pai.
Numa esquina, observando a cena e o espaço urbano, está Fernando Távora, de pólo branco e lenço ao pescoço, na plenitude dos seus 42 anos. Ele é o único que testemunha e como que absorve o espírito do lugar.
E por aqui me fico, com esta imagem sugestiva.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Felicidade?


Uma das personagens de Vidros partidos, o filme de Victor Erice apresentado ontem em Guimarães:
- "Não sei o que é a felicidade. Sei o que é a alegria, mas não sei o que é a felicidade."

Lembrei-me de um texto de Manuel António Pina:
"Eu diria que o índice mais fiável de felicidade é não se perguntar se se é feliz. Quando se pergunta já o caldo de felicidade está entornado. O que quer dizer que, se formos felizes, provavelmente não o saberemos. Mas como sermos felizes sem o saber?"

Jean-Jacques Rousseau: amor e inocência

A minha alma, cujas faculdades mais preciosas os meus órgãos ainda não tinham desenvolvido, não possuía nenhuma forma precisa. Ela esperava, com uma espécie de impaciência, o momento que lha devia dar, mas esse momento, apressado por esse encontro [com a senhora de Warens], não chegou porém de imediato, e, graças à simplicidade de costumes que a educação me dera, vi prolongar-se por muito tempo esse estado delicioso em que o amor e a inocência habitam o nosso coração. Ela tinha-me afastado de si. Tudo ma fazia lembrar e tive de regressar. Esse regresso determinou o meu destino e, por muito tempo antes de a possuir, não vivia senão para ela. Ah!, se eu tivesse bastado ao seu coração como ela bastava ao meu! Que dias tranquilos e deliciosos teríamos passado juntos! Vivemos alguns, mas como foram curtos e rápidos, e que destino lhes sucedeu! Não existe um só dia em que eu não me lembre com alegria e ternura dessa única e curta época da minha vida em que fui plenamente eu próprio, sem mistura e sem obstáculos, e em que posso dizer que vivi verdadeiramente. Posso dizer mais ou menos o que disse aquele chefe da legião pretoriana que, tendo caído em desgraça no tempo de Vespasiano, foi acabar pacificamente os seus dias no campo: "Passei na terra setenta anos e só vivi sete".

Jean-Jacques Rousseau, Devaneios do Caminhante Solitário. 2a ed. Lisboa, Livros Cotovia, 2007. p. 149-150

Original e audacioso


Carta de João Chagas a Rafael Bordalo Pinheiro.

Carta dirigida a Rafael Bordalo Pinheiro a agradecer uma prenda que tinha recebido do artista (provavelmente uma peça de cerâmica das Caldas): " Cheguei hontem do Porto, onde estive alguns dias e só hontem me inteirei de que o caixote saído das Caldas continha o lindo presente que me quis fazer." Depois em tom laudatório e até quase premonitório diz : " Estas pequenas jóias de cerâmica meu caro Raphael, ainda não são avaliadas no seu justo valor. Só mais tarde, muito mais tarde, quando consigo a sua arte houver desaparecido, o gosto e a cultura de outra geração, saberão ver nos documentos da sua obra de ceramista o que ella conteve de original, de engenhoso, de petulante, como direi? De audacioso nas suas novas concepções. Digo-lhe obrigado com muito reconhecimento, como seu amigo muito devotado e como seu perfeito admirador."

[Em leilão da Livraria Burnay]

A aula


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

À janela de Alexander Deineke

Alexander Deineka, Model in front of a mirror.1928

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Eu não existo


Um dia numa entrevista perguntaram a Borges:
"Quem é afinal, Borges?"
"Eu não existo", respondeu Borges. "Eu sou todos os livros que li, todos os lugares que conheci, todas as pessoas que amei..."
Somos feitos de memória. Mesmo aquilo de nós que não é circunstância individual, é apenas memória, memória genética e memória da espécie. A própria imaginação é uma espécie de arte combinatória da memória (o Minotauro é um homem e um touro, a sereia uma mulher e um peixe...)

Manuel António Pina, "Livros e filmes que somos".

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A japoneira do "meu" jardim

Visita matinal, em modo contrastante.





segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Um pedra atirada de propósito

Em todos os males que nos acontecem, olhamos mais para a intenção do que para o efeito. Uma telha que cai de um telhado pode ferir-nos mais, mas não nos desola tanto como uma pedra atirada de propósito por uma mão maldosa. O golpe, por vezes, falha mas a intenção nunca erra o alvo.

Jean-Jacques Rousseau, Os Devaneios do Caminhante Solitário. 2ª ed. Lisboa, Cotovia, 2007. p. 122

domingo, 11 de novembro de 2012

Celebrating one year of culture amid hard times


Na edição de 10 de Novembro do International Herald Tribune. (Clique para aumentar a imagem)

sábado, 10 de novembro de 2012

Registo (no Expresso de hoje)


Guimarães 2012: os desafios da transferência

A Capital Europeia da Cultura (CEC) entra nos seus dois últimos meses de programação com um activo de reconhecimento público, de consistência programática e de rigor orçamental. Como previsto, para que se possa completar a totalidade dos seus enunciados, será necessário ainda dispor do primeiro semestre de 2013, período onde se procederá também à finalização do estudo de impactes dos projectos executados. Mas o tempo da transição deve ter início desde já, se se quer garantir continuidade e sustentação ao legado produzido.
As preocupações expressas nos fora internacionais, designadamente europeus, sobre o investimento na cultura, acentuam hoje, cada vez mais, os temas do futuro, centrados no reforço das estruturas de produção artística e cultural e na adopção de novos modelos de relação entre cultura e educação e cultura e economia.
A este propósito cabe recordar as conclusões de uma reunião efectuada em Bruxelas, para assinalar, em 2010, os 25 anos das CEC’s: “O legado está longe de ser automático (...). Na verdade, ele tem que ser planeado, orçamentado e trabalhado. Uma das principais chaves para o sucesso de tal objectivo - garantir um legado de longo prazo – reside em incorporar o evento como parte de uma estratégia de desenvolvimento cultural a longo prazo, concebida dentro do próprio desenvolvimento a longo prazo da cidade como um todo, através de sinergias entre a cultura e outras áreas (desenvolvimento urbano, educação, etc.)”.
O legado de Guimarães 2012 não se resume a equipamentos e estruturas, porventura os elementos de mais imediata referenciação, até pela dotação orçamental que exigem. De facto, o legado abarca outros aspectos, da ordem do software (e não do hardware) gerado, experimentado e valorizado ao longo do processo da CEC: a nova criação resultante de encomendas, o exercício de programação e gestão cultural em rede, o principio da residência artística e do laboratório de curadoria em diversas áreas, as contaminações e disseminações tradicional/contemporâneo, o investimento do espaço público como metáfora da participação e da integração social e da cidade como espaço criativo multifuncional,  o revigoramento do sentido de pertença e partilha do território, a ampliação e diversificação das audiências, a internacionalização da cultura de portuguesa no seu duplo movimento (de fora para dentro e de dentro para fora), a introdução de novos factores de urbanidade (percursos, narrativas, vivências pessoais e colectivas).
Os protagonistas políticos e institucionais que decidiram e desenharam Guimarães 2012 postularam uma transferência de legado robusta, cujo núcleo duro deveria residir numa Fundação dotada de meios e princípios de salvaguarda duma política pública pertinente e capacitada por uma prática relevante de contactos externos, sobretudo europeus, e de gestão de programas de financiamento com fundos comunitários.
Ao pôr em causa, de forma apressada e injustificada, a continuidade desta instituição que ele próprio criara há três anos, o Estado pode ter incorrido no risco de desacautelar a transferência prevista. As organizações locais estão conscientes de que serão chamadas a reequacionar o seu papel na transição e estão convictas de que o novo secretário de Estado da Cultura possui a experiencia e a competência intelectual e política indispensáveis para poder dar um contributo crucial para esta reflexão. De facto, pela primeira vez, de há muito a esta parte, a pasta da cultura é confiada a alguém que tem um vasto currículo de exercício de funções políticas e técnicas na cultura, tanto no plano local como no central, e uma preparação compriovada no estudo e discussão das políticas culturais.

João Serra
Presidente da Fundação Cidade de Guimarães/Capital Europeia da Cultura

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O enxoval da Madre de Deus

Inauguração hoje à noite, no Museu Alberto Sampiao, da exposição "Elegância, Moda e Fé: o Enxoval de Nossa Senhora da Madre de Deus", que reúne as 65 peças de roupa reunidas desde 1748 até ao início do século XX no Convento da Madre de Deus, em Guimarães, vulgarmente designado por Convento das Capuchas ou das Capuchinhas. As peças destinavam-se a vestir as imagens da Sagrada Família.
Como em todas as colecções, o valor do conjunto prevalece sobre a desigual qualidade de algumas das suas componentes, onde todavia sobressaem as mais antigas.
Esta exposição, sucedendo à que o Museu organizou sobre a temática dos Anjos, valoriza um património vimaranense, detido pela Irmandade de Nossa Senhora da Consolação e dos Santos Passos, e assinala, simbolicamente, o princípio da continuidade da Capital Europeia da Cultura, pois é intenção do Museu só a desmontar em Fevereiro de 2013.
Oportunidade para sublinhar o espírito de colaboração leal, generosa e empenhada da direcção do Museu com a Capital Europeia da Cultura, de cuja rede soube ser um elemento actuante e potenciador.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Registo (Maribor, Eslovénia)

Senhores Presidentes da Camara de Maribor e Guimarães
Senhora Directora Geral de Maribor 2013 Capital Europeia da Cultura

Quero em primeiro lugar, em meu nome e dos restantes membros da delegação de Guimarães 2012, agradecer-vos a hospitalidade com que temos sido recebidos em Maribor, o cuidado e carinho posto na preparação desta visita.
Celebramos neste momento o intercâmbio cultural entre duas cidades e entre dois projectos europeus a que as nossas cidades deram corpo neste ano de 2012.
Tenho consciência de que a distancia física entre os nossos países e condicionantes decorrentes de restrições financeiras impediram que levássemos mais longe a ambição dos responsáveis das duas capitais no aprofundamento das relações artísticas e culturais.
Ainda assim, em praticamente todos as áreas de programação houve projectos desenvolvidos de um lado e do outro, com a participação de um e do outro, tendo como destinatários recíprocos Maribor e Guimarães. Alguns deles serão mostrados agora, outros tiveram lugar anteriormente.
Demos pois, de acordo com o propósito do programa europeu que nos juntou, um contributo relevante para o conhecimento mutuo, para o trabalho conjunto, para a troca artística, para fazer da cultura um traço de união entre as nossas cidades e os nossos povos.
Esse contributo não pode deixar de ter um impacto positivo no futuro, no futuro a curto prazo. Ganhamos uma experiência aos mais diversos níveis que importa valorizar e, desejavelmente, repercutir em novo trabalho conjunto.
Salientaria, se me permitem, três áreas a que poderíamos dar prioridade nessa intenção de partilha de experiências e projectos.
Em primeiro lugar o reforço do papel da cultura enquanto sistema urbano. As nossas capitais não se limitaram a equacionar o papel das instituições políticas que tradicionalmente se ocupam da cultura. Implicaram no processo instituições publicas e privadas, centrais, locais e regionais, de base associativa e estatal. Puseram de pé uma rede mais ampla e mais densa e mais internacionalizada de organizações culturais. Estimularam a procura e a oferta artística e cultura, criaram estruturas de apresentação e de criação, deixam um legado que trouxe ao marcado cultural novos produtos e novos actores. Trouxe a cultura ao debate da questão económica e da questão educativa.
Em segundo lugar, o tema da gestão cultural. Não ha sistema sem gestão e durante muito tempo a gestão foi tratada de forma amadorística, casuística ou desligada do debate sobre o território e os vectores da política publica cultural. Importa que a experiência das nossas capitais se repercuta em novos modelos e novas exigências na formação de gestores culturais, desde o exercício da programação cultural paravas cidades até à captação e aplicação de recursos financeiros.
Em terceiro lugar, a relação as instituições europeias. Se a União Europeia não dispôs até hoje de uma política cultural propriamente dita, a experiência da capitais europeias da cultura tem suprido de certa forma essa ausência. Sabemos da intenção da Comissão Europeia em avançar com um quadro de estimulo à criatividade. Creio que as experiências de Guimarães e Maribor serão relevantes para este tema e desde já.
Estamos pois apostados em aprofundar com os responsáveis de Maribor 2012 estes e outros temas, e é essa mensagem de continuidade e trabalho conjunto que aqui queria deixar.
Esperamos que seja possível concretizar esta intenção e desde já nos colocamos à vossa disposição para, encerradas formalmente as nossas capitais, encarar a possibilidade de iniciar o debate das questões comuns nos dias seguintes.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Siza

Encontro com Álvaro Siza Vieira na Pousada de Santa Marinha da Costa onde toma um pequeno almoço com dois arquitectos japoneses. Ainda convalescente do acidente em que partiu o braço, Siza está bem disposto. Por volta do meio dia, saímos em direcção à praça da Mumadona, o único projecto que tem em Guimarães e que ficou incompleto. Entramos no Tribunal para ver uma das mesas de Pistoletto e em seguida vamos até a Vila Flor, onde vê a exposição dos Archigram. Explica por que motivo esta corrente o não interessou. "É um pós-modernismo sem história. Só industria". Destaca a qualidade dos desenhos de Peter Cook.

Almoçamos no Carreira, onde escolhe arroz de feijão com sardinhas. Mostra interesse em ver a Plataforma das Artes e da Criatividade e o Centro de Artes José de Guimarães, onde termina a visita.

Cozinha


Saudação aos organizadores e participantes do Congresso Nacional dos Profissionais de Cozinha, que hoje se inicia no espaço ASA. Tema central: o peixe.
Oportunidade para recordar as minhas origens geografias e a relação com o mar e o pescado. Um produto que devemos valorizar, desde a gestão as espécies, à captura, até ao consumidor.
Uma palavra também sobre o lugar da gastronomia nos factores de atractividade das cidades, o seu enquadramento patrimonial e cultural.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

À janela de Aldo Rossi

Aldo Rossi (1931-1997), La finestra sul teatro. 1987

domingo, 4 de novembro de 2012

À janela de Bram Van Velde

Bram Van Velde (1895-1981), Fenêtre Description. 1937-1938.

sábado, 3 de novembro de 2012

À janela de Arduino Cantafora

Arduino Cantafora (n. em 1945), Finestra in notturno. 1975

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

À janela de Jean Metzinger

Jean Metzinger (1883-1956),  Paysage à la fenêtre ouverte.1918

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

À janela de Paul Nash

Paul Nash, Harbour and room, 1918