quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Terceira prova

Ao terceiro dia,  a prova era uma lição. Foi bom ter visto alguns alunos na sala. Afinal, dentro de poucos dias, completar-se-ão 38 anos sobre a minha primeira aula. Quantos estudantes, quantas escolas (do Liceu Nacional de Castelo Branco à Escola Preparatória Manuel da Maia, do Liceu Padre António Vieira ao Liceu D. Dinis, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, do Instituto de Ciências Sociais à Universidade Lusófona, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas à Escola Superior de Artes e Design), quantas disciplinas e quantas lições! Outra coincidência: a arguente desta lição, a Professora Magda de Avelar Pinheiro, tinha partilhado comigo, por um ano, e num tempo que já dista 30 anos, a docência de cadeiras orientadas pela Professora Miriam Halpern Pereira, e recordou-o. 
Agradeço a todos os que me acompanharam e me fizeram chegar as suas palavras nestes dias. E, como não podia deixar de ser, dedico a lição de hoje à memória do César Oliveira, por cuja mão e estímulo dei muitos dos passos com que aqui cheguei.

Já chega de emoção e memória. Há mais trabalho esta tarde, aqui.

6 comentários:

Anónimo disse...

Cada dia das nossas vidas é uma prova e uma lição, pelo que, neste dia, por certo especial...

"Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê, quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
Não arrisca vestir uma cor nova,
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is"
A um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da
Chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
Não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo
Exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!"

Pablo Neruda

e...muitos parabéns!

Margarida Araújo disse...

Parabéns e obrigada pelo que tenho aprendido contigo, como aluna e há longos anos numa amizade partilhada.
Fico muito feliz.

Anónimo disse...

Já agora convém dizer o que a modéstia do dono do blog o impediu de referir: as provas correram magnificamente, o júri teceu grandes elogios ao "candidato" e o IPL tem um novo Professor Coordenador (aliás, o primeiro desta categoria na ESAD.CR). Parabéns!

J J disse...

Ah, fiquei mais descansado quando vi que tinha a tarde ocupada. Após a preparação para estas provas e dos três dias que elas duraram, uma tarde livre seria seguramente um insuportável tédio.
E à noite, não teve nada que fazer? Que desperdício de tempo!

João B. Serra disse...

Oh, amigos bem humorados, de bom conselho e dispostos a trocar agruras por afectos! Obrigado, Manuela, por me trazer essas sábias palavras de Neruda, que eu talvez nem sempre tenha sabido escutar. Obrigado, Margarida, sabemos que só há verdadeira aprendizagem quando ela funciona nos dois sentidos. Obrigado João Jales, companheiro de trabalho de múltiplas madrugadas. Caro anónimo, obrigado também pela atenção que dispensou a estas provas.

Anónimo disse...

Parabéns.

Abraço.

Paulo Prudêncio.