Em Lourenço Marques, onde trabalhou quase 25 anos (entre o princípio da década de 50 e 1975) deixou marca em toda a cidade. Marca de uma criatividade exuberante aliada a um exigente rigor formal, onde a arquitectura é anfitriã de outras artes, nomeadamente a pintura. Pancho Guedes deu um contributo fundamental para materializar na cidade o cosmopolitismo de que justamente se orgulhava, ao mesmo tempo que ajudou a projectar na região e fora dela os valores da singular criatividade dos seus residentes.
Conheço mal Maputo, que apenas pude visitar por duas curtas ocasiões. O suficente, porém, para a ter como inesquecível. Houve duas pessoas que me ensinaram a amar esta cidade onde quero voltar. Pancho Guedes é evidentemente uma delas.
Durante vinte e cinco anos em Moçambique, inventei e construi edifícios suficientes para formar uma cidade de tamanho considerável. Uma cidade imaginária, mas bem provável, caótica e composta de memórias, uma cidade de várias pequenas e dispersas facilidades de regularidade obsessiva [Pancho Guedes, An Alternative Modernist, 2007]
6 comentários:
Tomei conhecimento da obra deste arquitecto através do que escreveu na CidadeImaginaria. Também fiquei "apaixonada" pelos seus trabalhos que mostram que a imaginação plástica pode dar as mãos à estratégia funcional da arquitectura. Lembrei-me de Gaudi. Acha despropositada esta relação que me ocorreu?
MT
Viva João Serra.
Estas imagens, depois de quase 30 anos, são ainda de ontem.
Abraço.
MT
Certamente. Gaudi está nas referencias inspiradoras de Pancho.
Anónimo
Fico à espera dessas memórias.
Viva.
O anónimo tinha nome: paulo prudêncio.
Como não estou registado por aqui, escapou-me e não me identifiquei a seguir ao abraço. Peço desculpa. Acompanho uma saga que me emociona: a de Obama.
Abraço.
Boa Tarde.
Sou estudante de arquitectura em Coimbra e encontro-me em Maputo. Infelizmente ninguém a quem tenho perguntado conhece a obra de Pancho e mesmo na internet nao encontro as moradas dos edificios. Já nao tenho muito tempo cá, mas gostava muito de visitar, pelo menos, o Leao que ri e a Padaria Saipal. Será que sabe e me pode dizer as moradas destes edifícios?
Muito obrigada.
Uma quase arquitecta perdida em Maputo
Margarida
Voltei a rever o meu amigo Pancho Guedes na Faculdade de Arquitectura onde fui funcionário. Tinha funçoes de topo e muito por isso acompanhei a actividade do MESTRE como PROFESSOR querido dos seus alunos, e das incontáveis conversas (onde escutava mais do que falava)e pelas quais aprendi tanto... Deixo este testemunho de alguém que me marcou profundamente e que fez o favor de ser meu amigo. Um abraço querido amigo Pancho e bem haja por este blogue...
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