sábado, 15 de outubro de 2011

Não fugir


Não fugir. Suster o peso da hora
Sem palavras minhas e sem os sonhos,
Fáceis, e sem as outras falsidades.
Numa espécie de morte mais terrível
Ser de mim todo despojado, ser
Abandonado aos pés como um vestido.
Sem pressa atravessar a asfixia.
Não vergar. Suster o peso da hora
Até soltar a sua canção intacta.

Cristovam Pavia, Poesia. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2010, p. 56.

Nota pessoal
Participei hoje, a convite do seu director, na reunião anual da revista Ler. Após o almoço, no restaurante do Vila Flor, em Guimarães, um sorteio de livros. Calha-me o 13 que corresponde exactamente a Poesia de Cristovam Pavia. Raramente tenho sorte, mas desta vez...

3 comentários:

Isabel X disse...

Palavras em imagem: reflexo.

- Isabel X -

Chantre disse...

Audaces fortuna juvat

Isabel X disse...

Ainda bem que aqui voltou, Chantre!

- Isabel X -