segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Setora em greve

Eugénia Pinheiro, professora de Português na Escola EB 2-3 Mário de Sá Carneiro, em Camarate, já decidiu - lê-se no Público, edição de hoje - não vai entregar [os objectivos individuais]. "Querem convencer-me de que ando a trabalhar há 36 anos sem objectivos, que durante estes anos nada fiz que tivesse préstimo, que nunca fui avaliada, em suma que nem existi".

Maria Eugénia Prata Pinheiro, que conheço desde os bancos da Faculdade, já o tinha dito no seu blog, "Escola da setora"
Quando a desobediência civil é recurso desta geração de professores, não é possível ignorar que alguma coisa se rompeu, que a crise é profunda.

3 comentários:

Anónimo disse...

Subscrevo.

Abraço.

Paulo Prudêncio.

J J disse...

Também concordo, mas gostaria de ressalvar um ponto. Não há, na minha opinião, uma "geração de professores", já que as suas idades e o impacto das medidas governamentais nas suas carreiras são muito diferentes. O que os uniu foi a incompetência e a inabilidade (frequentemente insultuosa) da actual equipe governamental, auxiliada por um sindicato completamente alheio aos seus associados. É um disparate e pura ignorância pensar que se está a tentar "reformar a Escola", para isso estariam a repensar os programas, os curriculos escolares, as cargas horárias dos alunos e as condições físicas das escolas, com a colaboração dos docentes. Nada disso: o que se está a tentar é simplesmente pagar menos aos professores, obrigando-os a trabalhar mais em piores condições. E isso é inaceitável.

Anónimo disse...

SA pode não ser professor, mas que tem uma imensa costela de pregador, lá isso tem. Na sua cabeça só há certezas e a sua boca só de verdades se enche.
E já agora: porque é que é seria inaceitável pagar menos aos professores? Sabe quanto ganha um professor em Itália, para não falar na Grécia ou na República Checa?
O primeiro ponto de uma agenda reformista da escola pública portuguesa só pode ser a avaliação dos professores. Ficou agora claro quem não a quer, seja a que preço for.
Estou convencida de que o país pagará um preço altíssimo pelo facto de a avaliação dos professores se encontrar bloqueada.
MT