Em primeiro lugar, há que dizer que PCR foi eficaz na escolha dos materiais e na reconstrução do ambiente fabril. Captou e devolveu em ironia o riso de Bordalo e irmanou-se com ele no excesso, nalguma turbulência criativa, na admissão de um lugar para o imponderável, o inesperado. A cerâmica é isso, não? Cabrita Reis fez bom uso (inteligente e criterioso) dos processos e produtos da cerâmica fabril de inspiração bordaliana.
Quanto ao entendimento do espaço, PCR não me "convenceu". Os materiais que dispôs na sala despojada da Igreja manifestam mais indiferença que procura de uma relação, mesmo que conflitual. Os ritmos das plataformas, marcados pelas lâmpadas de néon, são insuficientes para riscarem o espaço sagrado do templo. Este problema não parece ter sido encarado, pelo menos aprofundado.




