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quarta-feira, 4 de março de 2009

Maria Veleda

Maria Carolina Frederico Crispim nasceu em Faro em 1871 numa família burguesa. O Pai, com ascendentes britânicos, era personalidade com relevo na vida social e cultural local. Faleceu, porém, em 1882, deixando a família em dificuldades. A jovem Maria Carolina que tinha tido uma educação cuidada e convivia, desde cedo com livros, jornais e teatro, decidiu, aos 15 anos, conquistar autonomia de vida. Dedicou-se ao ensino, dando explicações particulares. Em 1896 vem para Lisboa, com um filho que adoptara cinco anos antes. Exercerá o professorado em Odivelas, Ferreira do Alentejo, Serpa, antes de regressar a Lisboa em 1905. Em 1899 tem um filho de uma ligação com o escritor Cândido Guerreiro, com quem no entanto decidira não casar.
Publicista de excelentes recursos, colaborou em jornais locais (na lista dos quais encontramos O Círculo das Caldas), publicou textos de intervenção e peças de teatro. Tornou-se uma figura cimeira do feminismo e enfileirou no republicanismo. Tem uma larga participação em ambos os movimentos, entre 1905 e 1921. Usou o nome de  guerra de Maria Veleda.
Foi Maria José da Franca, neta de Maria Veleda, que me proporcionou um primeiro conhecimento da biografia da sua avó e me informou que hoje, no Museu República e Resistência, teria lugar uma sessão evocativa que lhe seria dedicada. Vi a exposição - Maria Veleda: uma Professora Feminista, Republicana e Livre-Pensadora - obtive o catálogo e ouvi uma comunicação da Professora Natividade Monteiro, autora de uma tese de mestrado sobre Maria Veleda editada pela Comissão para a Igualdade.
Descobri uma personalidade fascinante (tem razão, Maria José!) cuja vida daria um filme ou um documentário ficcionado. Estou muito curioso de ler as suas memórias. Espero que seja possível reeditá-las.
Uma biografia breve de Maria Veleda pode ser lida aqui.