quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ainda o Ikea

Henrique Cayatte, a quem contava as minhas aventuras no Ikea de Matosinhos:
"Sabe a história daquele quadro alemão de uma multinacional que mudava cada seis meses de local de trabalho? Quando chegava à nova cidade, arrendava o apartamento e indicava à secretária as referências dos móveis com que pretendia mobilá-la. Tudo pelo catálogo do Ikea. Costumava dizer: eu vivo na mesma casa; mudo de vista duas vezes por ano".


Não digo nada sobre a moral desta história. Mas conto que só à segunda tentativa consegui adquirir a mesa e as cadeiras que o catálogo anunciava. Da primeira, o stock do dia estava esgotado. Alguém sabe que fazem os nossos vizinhos galegos da mobília antiga que agora aos fins de semana substituem pela do Ikea? A menos que, como sugere o Paulo Simões, as compras se destinem a satisfazer apenas o prazer de montar e desmontar armários...

2 comentários:

Paulo G. Trilho Prudêncio disse...

Viva João Serra.

Saúdo o seu regresso :)

Fiz há tempos um post sobre a minha impressão Ikea e ficou assim:

"Impressiono-me sempre quando vou a empreendimentos que envolvem milhares de pessoas em simultâneo mas onde tudo está pensado ao pormenor permitindo até uma visita tranquila. Aconteceu-me isso recentemente em duas organizações com funções diferenciadas: o renovado Louvre e uma das delegações do Ikea.

A primeira ida ao segundo foi mais por acaso e deixou-me pouco animado. Estou longe de ser um bricolage militante, mas ajeito-me, claro, e o que vi não me persuadiu. Mas neste final de férias voltámos ao Ikea e apreciámos a coisa. A ideia do "design para todos", que me recordou os efeitos da invenção dos readymade e nomeadamente a obra de Marcel Duchamp, pareceu-me interessante e alguns dos produtos convenceram-me - bons preços, embora a requisição da minha mão-de-obra me tenha exigido umas boas sovas -.

Numa das duas visitas, parámos para um refeição ligeira. Escolhi um salgado e pedi para mo aqueceram. Resposta simpática e pronta: "no micro-ondas colectivo que está naquela mesa".
Achei a coisa interessante e pensei logo na cultura sueca: eliminaram o analfabetismo no século XVIII e as tarefas domésticas são para todos.

A mesa que escolhemos tinha os tabuleiros do self-service em cima por desleixo dos inquilinos anteriores. Também se tinham esquecido de uma revista portuguesa que tinha o seguinte título: "mandatária da juventude do partido socialista só come cerejas se a empregada doméstica lhe tirar os caroços"."

Abraço.

Isabel X disse...

Quem sabe muito sobre o IKEA é o Ricardo Araújo Pereira. Segundo ele, ainda há-de chegar o tempo que nos forneçam o machado e nos mandem para as matas escandinavas cortar os pinheiros com que, depois, faremos os nossos próprios móveis.
O mesmo humorista diz que, quando voltar ao IKEA e for pagar, preenche o cheque, rasga-o em pedacinhos, e fornece a fita cola necessária à respectiva reconstituição.
- Isabel X -