sexta-feira, 10 de abril de 2009

Stop the war!

Atenção ao texto de comentário que Edgar Ximenes acaba de enviar para este blogue (e que, desde já agradeço). Observações pertinentes e desassombradas que merecem uma reflexão. Este espaço está à disposição de todos os que queiram prosseguir a discussão do tema.

4 comentários:

Isabel X disse...

Pessoas como o Edgar são praticamente personagens trágicas em tudo isto. A tragédia acontece quando dois valores equivalentes (altos e iguais) se opõem.
Foram pouco avisados os professores de Santo Onofre, por muito que os profesores, cada um e no seu conjunto, se recusem a pactuar com aquilo com que não concordem, não devem pôr em causa o destino da escola em que trabalham. A escola não são só os professores, são também os alunos, os pais, a comunidade em que se inserem, ou deviam sê-lo. Temos todos que aprender muito até que assim seja!
- Isabel Xavier -

João Ramos Franco disse...

Após ter lido o comentário de Edgar Ximenes e concordando em absoluto com o comentário da Isabel Xavier, penso que qualquer palavra minha, nesta ocasião, estaria fora do contexto do tema que desde do início tentei ajudar a defender.
João Ramos Franco

Anónimo disse...

Viva João Serra.

Regressei à rede e já li os comentários inseridos nas entradas "Stop the war".

Percebi, desde logo, um detalhe que também me acontece amiúde: a existência dos anónimos e a pachorra que exigem; ossos do ofício, digamos assim.

De tudo o que li não há assim nada de novo para comentar. Todavia, há uma questão que posso assegurar: os professores de Santo Onofre não têm posições concertadas à partida - é uma comunidade que tenta praticar um cultura de liberdade, desde logo pela ideia de auto-limitação de mandatos do seu órgão executivo - , e nem pensam todos do mesmo modo em relação aos assuntos em discussão. Engavetar as posições de Santo Onofre em qualquer das organizações existentes é muito pouco conhecedor e avisado. Podem crer que estamos tristes, muito tristes mesmo, com o estado a que chegou o sistema escolar em Portugal.

Há outra questão importante que alguns têm referido: é ilegal destituir um CE com mandato até 2010 por não existirem candidaturas de professores ao CGT.

Acabei de escrever para o meu blogue um post que vai dizer mais ou menos assim (peço desculpa pelo método, mas poupa-me umas teclas :))

Tenho ideia que esta opção do governo português pela solução unipessoal de gestão escolar associada à designação (sem sufrágio directo e universal) das lideranças intermédias começou por ser uma ideia "spin" de ocupação da agenda do PSD de Marques Mendes.

Nessa altura, e como bem nos recordamos, as teses associadas às designações unipessoais e aos louros implacáveis da desregulação da iniciativa privada, prevaleciam de modo avassalador. Hoje é o desastre que se sabe.

Lembro-me bem da ideia de privatização da segurança social e do imperativo do director na gestão escolar, por exemplo. Se na primeira asserção o partido do governo conteve-se e mesmo assim as perdas financeiras foram do volume que se julga conhecer, no modelo de gestão escolar já não existiu oportunidade mediática para recuar.

Num tempo de crise muito grave e sem fim à vista, com o desemprego a alastrar todos os dias e em que a necessidade de responsabilização cooperativa se torna ainda mais imperativa também ao nível da organização escolar, o governo do partido socialista cavalga um modelo de gestão escolar dissociado do seu ideário e desaconselhado por quem já o experimentou (mesmo em Portugal); é caso para dizermos: o sonho, e a poesia, está arredio do partido político que apoia o governo actual.

E voltando aos comentários.

Na minha concepção de lideranças em organização escolar (e noutras áreas, claro, e referindo-me a exemplos bem sucedidos), este é o argumento essencial.

Ah, e claro: nem temos medo nem somos pouco avisados. Somos crescidinhos e já demos provas de que sabemos o que andamos a fazer.

Também sabemos que a luta em defesa da escola pública de qualidade para todos é longa, muito difícil e que gostaríamos de registar o apoio da comunidade. Não é assim, como já percebi, mas quanto a isso nada podemos fazer. Não temos vocação nem para heróis nem para mártires, podem crer. A Escola da Santo Onofre já passou, noutras alturas apenas menos mediatizadas, por situações de isolamento semelhante. Mas nem por isso se vacilou.

Vamos aguardar pelo epílogo da coisa. Para já, estamos de consciência muito tranquila.

Obrigado pela atenção.

Abraço.

Paulo Guilherme Trilho Prudêncio.

Anónimo disse...

Viva João Serra.

Isto dos comentários é mesmo assim: depois falta sempre mais qualquer coisa.

Quando no comentário anterior me referi ao apoio da comunidade, estava apenas a referir-me aos apoios formais; e mesmo assim, e nesta altura, nem sei bem como isso está.

Mas temos recebidos uma onda de solidariedade impressionante não só na comunidade das Caldas da Rainha e arredores como tb a nível nacional; e isso sei que enche de orgulho a comunidade caldense.

Outro aspecto importante, e que apenas por questões tácticas :) :) não quis referir; é aquilo que se sabe: no início as lutas são todas alegres, as idas às manifestações enchem-nos de orgulho, mas depois, depois quando começa a doer é que a coisa se complica mais um pouco.

Por isso é que nós estamos muito avisados e não me canso de repetir: nem heróis nem mártires; apenas usaremos os argumentos que a força da razão nos transmitir.

E olhe que ainda ontem encontrei muitos professores da minha escola e notei muita tristeza e preocupação mas também orgulho; e volto a assegurar-vos: há toda a preocupação com os alunos: se calhar por isso, e só por isso, toda esta luta.

Abraço. Obrigado pela atenção.

Paulo Guilherme Trilho Prudêncio.