sábado, 2 de maio de 2009

Duas estratégias: egoísta e altruista

Entrevista com Marc Barthélemy, membro da equipa que efectuou a simulação da propagação da gripe mexicana para a Organização Mundial de Saúde, no Le Monde de ontem.

Pergunta: 
Que nível deve ser accionado para desacelerar a propagação do H1N1 ou reduzir os seus efeitos?

Resposta:
Simulámos a propagação de uma doença de tipo gripal transmissível entre humanos e testámos duas estratégias de utilização dos stocks de medicamentos antivirais disponíveis pelo mundo.
Na primeira estratégia, cada país utiliza os seus stocks de forma egoísta, reservando-os pera a sua própria população. Na segunda, os países mais ricos dispensam uma pequena parte - da odem dos 10 a 20% - das suas reservas aos primeiros países atingidos pela epidemia. Nas nossas simulações esta gestão "altruísta" ou "colaborativa" dos stocks de antivirais reduz o impacte da pandemia. Relativamente aos resultados obtidos com uma gestão "egoísta", o número de casos em todo o mundo pode ser dividido por 10 a 1000, segundo os países e a estação do ano em que se desencadeie a epidemia. Além disso, graças a este modelo de gestão, o pico da epidemia pode ser atrasado pelo menos um ano. Este período pode revelar-se crucial porque permite desenvolver e produzir uma vacina para os virus gripais do tipo H1N1.

Alguém arrisca um prognóstico sobre a estratégia preferida dos países ricos?

Sem comentários: