segunda-feira, 25 de julho de 2011

Espírito do lugar

Quando há mais de uma década visitei Castelo Velho, em Freixo de Numão, a Susana estava a construir a sua hipótese intepretativa sobre o lugar. Verificada a inaplicabilidade a Castelo Velho da hipótese da "povoação fortificada", a arqueóloga enveredara por um outro caminho: ponto de encontro e de unidade das tribos dispersas por uma uma região extensa e acidentada.
O que ontem pude observar em Castelo Velho é o resultado desse trabalho paciente de reinterpretação, a partir dos vestígios encontrados e da leitura do território. Infelizmente, o centro interpretativo, inspirado na arquitectura dos observatórios de floresta, estava fechado e com alguns sinais de vandalismo. A passagem do tempo esborratou as legendas do circuito, desincentivando a sua consulta. Mas o lugar está lá, na sua imponência e na sua relação estratégica com a geografia envolvente, os sinais do trabalho humano são visíveis e, mais do que isso, o esforço de construção de um instrumento unificador chega até nós, 5 mil anos depois. De construção de identidade, fala Susana Oliveira Jorge. Este processo complexo que uma elite conduziu certamente com dor e sofrimento, tem ali algumas respostas.
Obrigado, Susana.









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