sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A utilidade de uma candidatura

Que faz mover Defensor Moura, o antigo Presidente da Câmara de Viana, hoje deputado por virtude de um acordo de desistência da sua recandidatura autárquica? Há quem descortine por detrás desta aposta desconcertante um passo alinhado com o uma corrente "eanista" que se abrigou no PS nos anos 90. Tal hipótese é inverificável. Faria sentido se Cavaco precisasse dos votos de Defensor Moura para ganhar uma segunda volta.
Defensor Moura não é uma personalidade querida no PS, que deixou no distrito de Viana, à beira de uma rotura regional. No plano programático, não se lhe conhece nenhuma ideia original e relevante para o país. Em eleições onde pela primeira vez os pequenos partidos prescindiram de ter voz esta candidatura presidencial é inútil.

3 comentários:

Xico disse...

"Defensor Moura não é uma personalidade querida no PS, que deixou no distrito de Viana, à beira de uma rotura regional"
Manuel Alegre, que promoveu uma rotura interna, sem que nada lhe acontecesse como aconteceu a outros, será uma personalidade querida? O debate com Nobre foi de uma pobreza de ideias confrangedora por parte de Alegre...
Professor João Serra, benvindo a posts mais polémicos. Boas Festas.

Isabel X disse...

Alguém dizia que Cavaco Silva não se candidata a Presidente da República, mas a Cavaco Silva.

Pode parecer absurdo, mas a mim parece-me bem pensado: nem sequer precisa de se candidatar a mais nada que não seja a ele mesmo.

Brincando um pouco: talvez Defensor de Moura se candidate a defensor de uma qualquer moura (encantada?) ou da bonita localidade alentejana com esse nome.

Agora a sério: não percebo a lógica a que respondem as candidaturas assim (praticamente) inexistentes.

Também não percebo quando dizem que estatiscamente está provado que o facto de haver várias candidaturas à esquerda é proporcionador de uma segunda volta porque isso combate a abstenção que, pelos vistos, só desfavorece o actual presidente.

Enquanto as teorias e os candidatos improváveis se multiplicam, as eleições presidenciais vão perdendo relevância aos olhos dos eleitores.

- Isabel X -

Chantre disse...

Patético, mas significativo, no ano da "celebração" do centenário da coisa que o justifica.