sábado, 25 de setembro de 2010

Ponto de ordem

O pequeno fluxo de comentários (publicados ou não) gerado por post anterior, relativo à reacção de Manuel Maria Carrilho à sua substituição na embaixada portuguesa junto da Unesco, revelou aspectos equívocos do que então escrevi. Quero deixar claro que nada tenha a opor à autonomia crítica do antigo Ministro da Cultura e não me solidarizo com a retaliação política exercida sobre a  sua manifestação de inconformismo e discordânca. Mesmo que ponha em dúvida a sua oportunidade e até, por vezes, a sua justificação. O que está em causa, porém, na normal substituição de uma embaixador político por um embaixador de carreira, é uma opção de gestão do Ministério dos Negócios Estrangeiros absolutamente legítima. Outra coisa é o conteúdo do acordo político entre Manuel Maria Carrilho e o Primeiro Ministro na base do qual aquele concorreu à Câmara de Lisboa e deixou de integrar as listas de candidatos a deputados pelo Partido Socialista nas últimas eleições. Neste sentido, o que originou o protesto do ex-embaixador junto da Unesco não terá sido o ter sabido da substituição pelos jornais, mas o ter ficado desta forma  a saber que, no imediato, o Governo nada tinha para, em troca, lhe "oferecer".

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