domingo, 13 de junho de 2010

De que estamos à espera?

Felipe Gonzalez ontem:

Não podemos esperar mais pela reforma do sistema financeiro. Nada mudou no comportamento dos agentes financeiros mundiais. Nada. Os Governos do mundo não vão ter outra oportunidade histórica de fazer uma operação de resgate, como a que está a ser feita há dois anos. Isto já custou 17 pontos do Produto Interno Bruto europeu. 17 anos de esforço europeu serviram para este resgate. Já era tempo de reformar, de cortar, de proibir as operações especulativas que não têm sequer registos contabilísticos ou qualquer tipo de controlo. De que estamos à espera?

2 comentários:

Xico disse...

Como podemos esperar professor João Serra, quando temos a direita abandonando os valores da democracia cristã que a formaram e a esquerda rendida ao capitalismo, com um PCP com saudosismos nacionalistas serôdios e um bloco na contradição de querer restaurar o folclore mas que seja asséptico e vegan?

Isabel X disse...

O sistema financeiro foi mais expedito (do que o económico) e adaptou o seu modo de acção, antecipando a capacidade de obter dinheiro com recurso ao crédito. Assim, o consumidor deixou de poupar dinheiro com o fim de comprar. Passou a adquirir antes o dinheiro com que compra depois, endividando-se e tendo que pagar juros pelo empréstimo.

Parecia a todos que isto seria bom para a economia, na medida em que o aumento do consumo (assim conseguido) incentivaria a produção.

O que resultou foi outra coisa: o desequilíbrio completo entre as finanças e a economia que em nada se equivalem.

Bem pode Felipe Gonzalez perguntar o que quiser, a verdade é que não há inocentes neste processo. Todos, uns mais (responsáveis) do que outros, claro, colaborámos enquanto a "coisa" deu, ou pareceu dar certo...

Não vejo para que serve tanta perplexidade, até mesmo quanto às posições assumidas pelas diferentes ideologias, ou pelos governos, completamente ultrapassados pelos acontecimentos.

- Isabel X -