quinta-feira, 25 de março de 2010

Republicanos de 1910

A audiência era muito jovem e resistiu bem a hora e meia de intervenções fracamente coordenadas entre si. Confesso que senti algum desconforto ao tentar abordar o meu tema - quem eram e o que pretendiam os republicanos portugueses que em 1910 tiveram a ousadia de criar uma das três repúblicas europeias - perante um público tão compacto, cujo à vontade com o tema e a época (certamente objecto de preparação prévia pelos seus professores) desconhecia, e cuja motivação para as problemáticas históricas de todo em todo me escapavam. Partilhar o palco com o Prof. Veiga Simão, ministro em 1970, quando eu era estudante do 3º ano do Curso de História, originou uma pequena torrente rememorativa. Talvez por isso quase não ouvi a sua palestra escrita, pausadamente lida. Luis Reis Torgal, consciente também do risco pedagógico de falar de temas históricos em cenário de Congresso perante jovens estudantes, respondeu à questão "o que é a res publica".

3 comentários:

Isabel X disse...

"O óptimo é inimigo do bom!" Costuma dizer o povo, sempre tão pródigo em dizeres cheios de uma simplicidade verdadeira.

Da Escola Secundária Raul Proença participaram no Congresso os alunos dos 11º e 12º anos, da Área de estudos agora designada LH (Línguas e Humanidades) e todos já tinham abordado o tema República, na disciplina de História. Já quanto ao Colégio, penso que estavam todos os alunos do Ensino Secundário, independentemente da área de estudos que frequentam.

Já falei com alunos que me disseram ter gostado. Eu gostei e aprendi bastante. Até mesmo durante o almoço, que aproveitei para colocar muitas questões ao Professor Reis Torgal. Ou seja, aprendi de modo mais e menos formal. A aprendizagem foi completada na sessão na Câmara Municipal de Lisboa, em que voltei a ouvir o João, com um registo que soou, talvez, mais confortável. Embora eu não tenha dado pelo desconforto que o João sentiu de manhã.

Notei sim, que adaptou o discurso ao público de uma e de outra das sessões, numa atitude de assinalável respeito. Como vê, gostei de ambas as prestações.

Também aos oradores faz bem enfrentar situações novas. Formavam um conjunto algo heterógéneo, sem dúvida. O dr. Veiga Simão tem uma dicção dificil, o som não tinha retorno para quem estava no palco. Também eu, mesmo sem rememorar o tempo em que foi ministro da educação, mal consegui ouvi-lo.

O professor Reis Torgal, já aposentado, confessou-me estar a fazer três a quatro conferências sobre a República por semana. Como a tendência será para se agravar a situação, daqui até ao dia 5 de Outubro, teme que o efeito nele seja de tal modo demolidor que acabe por vir a lutar pela restauração da monarquia...

Mas, quase de certeza, o balanço final foi positivo. Para mim foi.

Obrigada!

- Isabel X -

Rui disse...

Pois eu só ouvi dizer bem.

Isabel X disse...

Obrigada, Rui. Sabe sempre bem uma palavra de estímulo.
- Isabel X -