segunda-feira, 29 de março de 2010

Construtores de cidades

A historiografia de Guimarães atribui ao ano de 1884 um particular significado. Nessa data ou à sua volta concentram-se acções e decisões que mudaram a cidade: a ligação ferroviária, a atribuição de uma escola industrial, a realização de uma Exposição Industrial que mobilizou e projectou a capacidade empreendedora da indústria regional. Por todas estas iniciativas e realizações paira uma geração de ouro e instituições novas: jornais, a Sociedade Martins Sarmento, empresas modernas. 
Curiosamente, esse foi também um ano ímpar na história das Caldas da Rainha: criação da Escola de Desenho Industrial, instalação da Fábrica de Faianças dirigida por Rafael Bordalo Pinheiro, edição dos primeiros jornais locais, decisão de prolongar a linha férrea do Oeste de Torres Vedras até à Figueira da Foz (o comboio chegaria às Caldas em 1887, ano em que a Escola de Desenho foi transformada em Escola Industrial). Foi também em 1884 que o Hospital Termal se dotou de um plano de reforma que viria nos anos seguintes a constituir um ensejo de mudança urbanística profunda.
Em ambos os casos, decisões tomadas pela Administração Central, a partir do Ministério das Obras Públicas (a criação das escolas e a ferrovia), foram factor da modernização. Em ambos os casos, a industria foi motor de transformação. Em ambos os casos a cidade abandonou o casco antigo e começou a organizar o seu crescimento em direcção à estação e à linha do caminho de ferro.

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