segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Uma singular crónica da Segunda Guerra Mundial

Criada em 1927, a “Olaria” de Alcobaça teve na origem Joaquim Vieira da Natividade, António Vieira da Natividade e Silvino da Bernarda. Da louça utilitária tradicional, a empresa rapidamente abriu novas linhas de produção, o que incluia réplicas de louça antiga, a par da louça inspirada na de Coimbra, pintada e estampilhada. Nos anos 40, e sobretudo na segunda metade da década, a fábrica responde a um aumento da procura com uma significativo investimento na modernização tecnológica e dos processos de fabrico. Encerrou em 1984.
O "Armazém das Artes", um centro cultural de iniciativa particular (da inspiração e investimento do artista plástico José Aurélio) inaugurou no Sábado, uma exposição singular de 31 pratos produzidos entre 1940 e 1945 na “Olaria”. São pratos de suspensão com as dimensões da produção corrente, entre 20 e 30 centímetros de diâmetro.
O centro destes pratos era normalmente preenchido com pinturas (paisagens, cenas rurais, galantes ou de costumes) ou quadras ou provérbios de cariz popular. Os 31 pratos que o "Armazém" reuniu agora tratam de um tema absolutamente inesperado: acontecimentos marcantes da evolução do confronto político-militar que opôs, entre1939 e 1945, as potencias Aliadas (Inglaterra) às do Eixo (Alemanha).
Trata-se de uma autêntica crónica dos sucessos da Guerra, reflectindo a perspectiva aliadófila, apoiando expressamente a Inglaterra, o seu principal dirigente politico, Winston Churchill, a sua mais emblemática força militar, a RAF, um dos seus mais carismáticos chefes militares, Bernard Montgomery, as suas instituições parlamentares.
As inscrições no centro dos pratos são completadas ou reforçadas com legendas que surgem no reverso das peças, um recurso invulgar. Há indicações de que esta produção possa ter atingido várias centenas.






2 comentários:

Isabel X disse...

Tão giro! E inesperado!
Eu já tinha visto reportagem sobre esta exposição do Armazém das Artes na TV, com o José Aurélio a apresentar as peças.
Já sei onde ir no feriado: é melhor vê-las ao vivo.
- Isabel X -

Cláudia S. Tomazi disse...

A honestidade portuguesa é algo sublime em apreciar, exala pelos poros da história.