quarta-feira, 25 de maio de 2011

Redes (2)

A recente tendência de os computadores se converterem em redes é outra chave do nova sensação, a incipiente psicologia da convergência em desenvolvimento. Subitamente, as redes telefónicas e as companhias de telecomunicações, que eram poderosas e efectivas, mas geralmente ignoradas pelas prioridades do sector público e privado, estão a situar-se na primeira linha da consciência colectiva. As companhias por cabo, nos Estados Unidos, estão a negociar com as empresas de telecomunicações a oferta de serviços de multimédia, de videoconferência e video "à la carte", mediante sinais comprimidos e digitalizados.
Redes locais, internetes e redes globais estão a crescer vertiginosamente como o cérebro de um Leviathan em estado infantil.

Derrick de Kerckhove, La Piel de la Cultura. Investigando la Nueva Realidad Electrónica. Barcelona, Gedisa Editorial, 1998 [1ª ed. 1995]. p. 81-82.

4 comentários:

Cláudia S. Tomazi disse...

Efeito Doppler.

Vasco Tomás disse...

A referência conclusiva do excerto ao Leviatã parece trair uma posição radical, muito negativa, sobre o tema, bastante diferente da que tinha o seu mestre, MacLuhan.
Talvez outro ciber-teórico, Pierre Lévy, seja mais certeiro na sua abordagem do asunto, pois tem defendido a participação em comunidades virtuais como um estímulo à formação de inteligências coletivas, às quais os indivíduos podem recorrer para trocar informações e conhecimentos (Lévy, 1998, 1999, 2001 e 2002). Fundamentalmente, ele percebe o papel das comunidades como o de filtros inteligentes que nos ajudam a lidar com o excesso de informação, mas igualmente como um mecanismo que nos abre às visões alternativas de uma cultura.
Como sempre, sobre o mesmo diferentes perspectivas: os eufóricos (MacLuhan), os desiludidos e os críticos

João B. Serra disse...

Obrigado Vasco pelo seu depoimento pertinente e informado. O que me interessa em Kerckhove é precisamente a sua proposta de revalorização dos desaceleradores do pensamento (como o livro), condição da democracia (a biblioteca) e do destaque conferido ao prazer de descobrir (mais do que à descoberta propriamente dita), e portanto à "ignorância", ou seja a colocação do acento tónico na experiência, em vez da aprendizagem.

Cláudia S. Tomazi disse...

- Penso que o cérebro é essencialmente um computador e a consciência é como um programa de computador. Astrofísico Stephen Hawking.

Mas, o cérebro não é um computador digital, não funciona como uma máquina lógica. Será mais parecido com um sistema de reconhecimento de padrões. Dr.Paulo da Gama Mota, Coimbra.

O pensamento libertado tornou-se uma das nossas liberdades mais preciosas.
Daniel Baremboin, do livro - Está tudo ligado.

- Quando olhamos para o mar, não vemos apenas o azul do mar, sentimos que estamos a viver esse momento de percepção. António Damásio, neurocientista portugues, ensina, investiga e escreve nos Estados Unidos.