quinta-feira, 14 de abril de 2011

Lifting

Desta vez será mesmo invasivo.

André Carrilho, República Portuguesa, 2007
In 1910 e 2010 Face a Face. Respublica. Exposição do CAM - Fundação Calouste Gulbenkian. Catálogo. Lisboa, FCG, 2010. p. 101.

6 comentários:

Xico disse...

Talvez restaurar a monarquia para dar uma chance à república? É que os países europeus mais republicanos que conheço são todos monarquias!

Isabel X disse...

Peço desculpa ao Xico, mas não posso deixar de manifestar a minha perplexidade:

É espantoso que alguém considere que a solução republicana seja restaurar a monarquia. É que o argumento está contraditado na sua simples enunciação.

Pode-se julgar que isso não tem a mínima importância, mas tem. Quanto mais nos habituarmos a apresentar propostas baseadas em argumentos absurdos e falaciosos, mais as palavras se desgastam, mais o pensamento perde conteúdo e, por iosso, deixa de ser operativo. Todos nos vamos habituando a desligar a acção do discurso que, de tâo absurdo, não tem a mínima exequibilidade. É o que se chama investir na confusão.

E isso é grave!

- Isabel X -

Chantre disse...

...vá-se lá conseguir explicar isso a quem vive para cá de Vilar Formoso e vive etereamente nas comemorações da primeira centúria da definitiva redenção, caro Xico!

Xico disse...

Isabel X
Não tem que me pedir desculpa e tem todo o direito de manifestar a sua perplexidade e de me puxar as orelhas se for caso disso.
Se a república é o estado cuja cabeça é um presidente eleito, então é claro que estou em contradição. Se a república é um estado em que a coisa pública é gerida no interesse do bem comum e de uma forma democrática, então a forma como escolhemos o representante da nação é de somenos importância. As "repúblicas" cujos presidentes são nomeados são o quê?
Sabe melhor do que eu que o termo república é cheio de ambiguidades. Muitos gostam de a confundir com democracia e com igualdade. Basta uma simples leitura da república de Platão para ver que não falamos do mesmo. Não tenho qualquer dúvida que todas as monarquias europeias são república na sua melhor forma. O mesmo não posso dizer de algumas repúblicas europeias.
É claro que fui provocador. Mas a república portuguesa só tem chance se todos formos muito mais republicanos e exigirmos maior republicanismo de quem nos governa, e não nos preocuparmos tanto com comemorações de cem anos de um regime que se chama republicano e que durante grande parte do tempo tem sido gerido por oligarquias.
Grave e confuso é continuarmos a dizer, como o professor Pangloss, que este é o melhor dos mundos possíveis, porque com um rei seria bem pior!

Isabel X disse...

Mas eu não digo nada disso!

Apenas me refiro aos termos em que a argumentação é construída, caro Xico!

Ao menos que o Xico quisesse ver a Monarquia restaurada em nome da Monarquia, isto é, por ser monárquico. Se assim fosse, eu compreendia. Agora considerar a restauração da monarquia o modo de salvar a república é que não entendo. Mas o Xico diz que o fez por provocação. Desse modo torna-se compreensível: é uma graça...

- Isabel X -

Xico disse...

Não sei cara Isabel X. Sinceramente não sei.
Um rei, pela forma como é nomeado, é sempre um homem mais livre do que um presidente da república.
E dizia-se em tempos, que somos livres porque é livre o rei.
Mas o professor João Serra puxou-me as orelhas, provocando-me com a Bélgica. Talvez já não existisse não fosse o rei. De tão livre de pressões o quiseram, que julgo que não podia ser belga, pelo que nunca podia casar com uma belga. Não sei se ainda se mantém.
Mas a Europa salva-se com reis ou sem eles, assim o queiram os europeus.