quinta-feira, 20 de maio de 2010

A lâmpada

Uma lâmpada cheia de azeite vangloriava-se,
uma noite, perante os que passavam ao pé de si,
que era superior à estrela da manhã,
pois projectava uma luz mais forte que todas.
De repente, sacudida por um sopro de vento
que se levantou, apagou-se. Alguém, que a reacendeu,
disse-lhe: "Brilha, mas deixa-te estar calada, ó lâmpada;
a luz dos astros, essa, não morre".
Bábrio

Antologia da Poesia Grega Clássica. Tradução e notas de Albano Martins.
Lisboa, Portugália Editora, 2009. p. 465.

4 comentários:

Paulo G. Trilho Prudêncio disse...

Viva caro João Serra.

Belíssimo. Vou "roubar" para o meu blog com medo de a perder.

Abraço.

Anónimo disse...

O problema é que temos duas lâmpadas, não de azeite mas de óleo fula, tentando brilhar e convencidas mesmo que o seu brilho brilha mais que o Sol.

Margarida Araújo disse...

Uma maravilha. Vou guardar
bjs

Sérgio Eiras disse...

Nada mais fulo, do que as bençãos de um anonimato.
Quantos as lâmpadas brilham, enquanto trazem n'alma o frescor da apreciação agradável.