sábado, 29 de setembro de 2012

Mas há ternuras...

[...] Mas há ternuras que nenhuma morte impede:
as íntimas, indecifráveis notícias que nos dá a música,
a pátria que condescende em figueiras e cisternas,
a gravitação do amor que tanto nos justifica. [...]
Jorge Luis Borges, "A Francisco López Merino", Caderno San Martín, 1929.
Obra Poética, I, Trad. Fernando Pinto do Amaral. Lisboa, Quetzal, 2012.

3 comentários:

Isabel X disse...


Há quem atravesse a vida toda carregando um braçado de ternura que não sabe onde há de pousar.

Um dia que a morte me redima é assim que quero ser lembrada:
com ternura...

- Isabel X

Jacinta disse...

Que morte,
para calar a voz que o silêncio nos devolve,
para apagar a sombra da figueira e a doçura do figo,
para enquinar o poço a que o céu regressa sempre?

Onde,
a forma mais perfeita do amor?
Na música dessa voz que cala?
Na ternura desse olhar que mira?
Na festa das mãos?

São disse...

VARIAÇÃO AO COMENTÁRIO ANTERIOR:

Onde desenhar
a forma mais terna do amor?

Na festa do olhar que se resguarda?
Na ternura da voz que te sorri?
Na "cravo mal temperado" destas mãos?