Cara Isabel Alçada, não cometa o erro de aceitar esse condicionamento. A agenda da Educação tem de ser recentrada na escola. Na escola. Na escola. Pagámos um preço demasiado elevado pelo desvio desta linha que a sua antecessora não conseguiu evitar nem corrigir.
Deste ponto de vista, a sua primeira intervenção na discussão do programa do Governo, é fundamental. A mediação do CDS e a ameaça sindical não são o foco do debate, embora tudo estejam a fazer para que assim pareça. Escolha criteriosamente os temas do debate e enuncie propósitos claros e exequíveis. Os portugueses compreenderão.
12 comentários:
Viva caro João Serra.
Linkei esta sua entrada para o meu blogue.
O poder democrático da escola, que foi tragicamente abalado nos últimos anos, regista com agrado estas posições.
Abraço.
bom os secretarios de estado mudaram-se para o ministerio do trabalho... o que não é tranquilizante.
Eu,por exemplo,compreenderei!
MV
Viva João.
Há um detalhe neste seu pequeno texto com que não estou de acordo: não existe uma agenda de professores, pode crer.
Abraço.
Concordo consigo, Paulo. Se usei a expressão, foi para efeitos argumentativos. De facto, o líder do CDS, que tem tido um considerável acesso aos media, insiste na questão da avaliação dos professores, a ponto de dela falar como se fosse a prioridade política. É certamente para ele, supondo que tenha, como parece indicar, um acordo parlamentar sobre o modelo que propõe. Mas a meu ver a nova Ministra dispõe de um campo de manobra muito mais amplo, e não deveria diminui-lo, se aceitasse reduzir o tema da escola aos itens que o Dr. Paulo Portas aponta.
Olá João!
"A agenda da Educação tem de ser recentrada na escola. " Concordo em absoluto. A escola não são só os professores, de facto, nem os males da educação são somente a divisão da carreira e a avaliação (que nada avalia). Passam e muito, pelo fim da Gestão Democrática, que, já o disse várias vezes, ninguém me soube ainda explicar onde e em quê funcionava mal.
Um beijo
Isabel
Viva João.
Obrigado. Fiquei esclarecido.
Registei com agrado a posição assumida pela Isabel X. É que por vezes tenho de me beliscar porque fico com a ideia que estou isolado na defesa da gestão democrática das escolas. Já só vejo desistentes e conformados. Chega a ser arrepiante.
Abraço.
Ó Paulo, a isabel não é a Xavier, sou eu mesma, a Silva. Conheces? Somos amigos de longa data e resistentes.
Tenho que rectificar um mal entendido que aqui se gerou. A Isabel que assumiu "uma posição" que o Paulo Prudêncio "registou com agrado" não é a Isabel X. É o que faz ter um nome bonito, além de muitas Marias, também há muitas Isabeis na terra.
De facto, eu tinha optado por não comentar este post, embora me veja na necessidade de o fazer deste modo lateral, por assim dizer.
- Isabel X -
Viva.
Claro Isabel: amigos e ambos resistentes - quem diria que um dia estaríamos a resistir a políticas tão brutais de um partido dito de esquerda -.
Peço desculpa pelo equívoco.
Beijos e abraços.
Há aqui várias agendas: as dos professores pois claro - porque são mais do que uma - as dos sindicatos, que se intersectam com as dos professores mas não coincidem com elas, as das ESE's (que querem evitar a todo o custo que os professores sejam avaliados pelos seus conhecimentos e pela sua capacidade didáctica), as das editoras (que querem opções pedagógicas que obriguem a que os consumíveis que produzem sejam cada vez mais de consumo obrigatório), as dos pais, as dos caciques que se abrigam à sombra dos pais, as dos empreiteiros, a dos tecnoburocratas do Ministério (a quem interessa que haja, de entre as teorias pedagógicas possíveis, uma que se imponha como doutrina de Estado, justificando assim a manutenção dos seus empregos e dos seus poderes), etc.
As dos professores não são, com certeza, as menos legítimas nem as menos idóneas destas todas.
Caro João B. Serra,
Discordo das dicotomias e de algumas prioridades. Concordo com alguns princípios.
Por exemplo, o que importa é a escola. Os professores trabalham para ela, mas é difícil evitar que interesses corporativos dos professores se confundam com o interesse da escola enquanto instituição.
A divisão da carreira em professores titulares e não-titulares, por exemplo, pode ser uma medida mais ou menos acertada, é caso para discutir. Mas a divisão que o governo fez com o concurso para titulares é outro assunto: definiu critérios e aplicou-os duma forma burocrática e universal. Ignorou o trabalho inteiro de vidas dedicadas à educação e recusou-lhes o título de titulares porque o concurso contemplava apenas os 7 anos anteriores. Este concurso apenas confirmou a injustiça da simples progressão administrativa do modelo que quer substituir. Não seleccionou os melhores para a direcção da escola. Pôs uma classe inteira em pé-de-guerra.
Vale a pena prosseguir ou partir do zero? É caso para pensar se há realmente alguma coisa a aproveitar.
Enviar um comentário