terça-feira, 6 de outubro de 2009
Esquerda
O que é uma República? Respondeu-se (ou tentou-se), na Casa da Achada: Filomena Beja, António Reis e eu. A agenda mínima do António foi depressa ampliada e quase acabávamos a discutir tudo. Mas veio a festa, pá. A Casa da Achada nasceu. Obrigado, Eduarda.Depois, à noite, respondeu-se (ou tentou-se), no CCC caldense, saber se há uma agenda de esquerda para as autarquias e as políticas urbanas: Luisa Arroz, Augusto Santos Silva e eu. Estaremos dispostos a discutir a oportunidade da pergunta?
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5 comentários:
A república é de esquerda?
Será a arrogância da esquerda que assim se afirma, republicana?
Será que hoje ser de esquerda é só no que se refere às chamadas causas fracturantes? Quando o socialismo actual dá razão às propostas económicas da democracia cristã, consideramos a democracia cristã de esquerda ou não?
Não serão a Noruega, Dinamarca e a Suécia republicas?
Se o privilégio do filho/a de uma mulher ser o chefe de estado vitalício (se é que é privilégio?) não se coadnuna com os ideais republicanos, então a discussão levar-nos-á longe. Teremos de arrancar os filhos às famílias, pormos todos em instituições do estado e educá-los de acordo com os seus méritos e não de acordo com o melhor ou pior ambiente familiar e do dinheiro dos pais!?
A republica deve ser sagrada no que ela é: O governo de todos para todos. A sua forma, essa, será de acordo com as circunstâncias de cada povo e tempo, com rei, sem rei, doges, púrpuras ou fatos macacos. Nada disto deve ser sagrado sob risco de a transformarmos numa religião!
Viva João Serra.
"saber se há uma agenda de esquerda para as autarquias e as políticas urbanas: (...) estaremos dispostos a discutir a oportunidade da pergunta?".
É claro que tem de haver e isso depende sempre muito das características das pessoas que as aplicam: "não há" agendas sem pessoas que as ponham de pé e isso torna ainda mais difícil a análise das práticas e das suas diferenças no sentido colocado pela pergunta.
Desde logo nas causas fracturantes; ai há diferenças objectivas que originam modos distintos de olhar o mundo e, espera-se, de concretizar as políticas.
Depois há todo um universo de instrumentos de gestão e intervenção urbana que, e apesar da sua aparente expurga ideológica, devem obedecer a diferenças: de forma sumária, já que esta matéria dá para rios de caracteres, a esquerda deve olhar o urbanismo na totalidade e evitar centrar-se em programas exclusivos (só património; ou só o centro histórico; ou só esta forma de representação cultural, e etc e com muita e declarada atenção às representações alternativas e ditas minoritárias);
deve encontrar modelos de gestão que contrariem a ideia que esquerda é sinónimo de desperdício, despesismo e de gestação de lideranças fracas e incompetentes e isso só se consegue com uma predominância de software sobre hardware no modo quotidiano de fazer a cidade e os diversos programas (e só aqui podíamos ficar a tarde inteira :)); (é disto que se fala quando se advoga o governo para as pessoas e as cidades criativas?)
a agenda da esquerda tem de combinar inclusão com a capacidade de se ser operativo e de acompanhar o que se passa no mundo dando eco às idiossincrasias do lugar onde existe;
há uma características do "modos operandi" da esquerda que responde à má burocracia com mais burocracia o que resulta quase sempre numa atmosfera irrespirável e inimiga da cidadania, da inovação, do espírito cooperativo e da mobilização dos cidadãos para a vida na polis.
Bem; peço desculpa; isto foi mesmo ao correr das teclas; se o debate se efectivar voltarei.
Aquele abraço.
A questão "A república é de esquerda"? nasceu no próprio comentário do comentador Xico e não no post que comentava.
Da república perguntou-se "o que é?"
Da esquerda perguntou-se "há uma agenda de esquerda para as autarquias e as políticas urbanas".
Faço estes reparos por uma questão de método, de rigor na análise das palavras, na aplicação dos conceitos, para reposição do pensamento inicial: o que deu origem ao comentário!
É um exercício fundamental para que os argumentos apresentados a favor ou contra do que quer que seja tenham algum sentido: sabermos do que estamos a falar.
Sob pena de o resultado ser, no mínimo, confuso.
- Isabel X -
Viva.
Foi mesmo a correr; mas como o tema despertou-me fui em frente:
Já tinha corrigido a coisa quando escrevi mais um parágrafo e sem óculos :)
Onde se lê no anterior comentário
"há uma características do "modos operandi"
deve ler-se
"há uma característica do "modus operandi"
desculpem, mas não tenho grande remédio :)
Abraço.
Isabel X
Tem toda a razão.
Confusão minha, pelo que peço desde já desculpa ao autor do post.
Obrigado e cumprimentos.
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