Arquitectos como Norman Foster e Richard Rogers asseguram que a crise é a matéria prima da sua disciplina. Os criadores deste século XXI marcado pela recessão procuram novas ideias e territórios para esboçar o mapa arquitectónico do futuro.
1. Tempos de crise
A recessão económica paralisou numerosos projectos públicos e privados. Um exemplo é a Cidade da Justiça de Madrid. Após não ter conseguido um acordo de financiamento suplementar com o Governo regional, o arquitecto Alejandro Zaera-Polo abandonou a construção do edifício do Instituto de Medicina Legal.
2. Menos energiaA recessão económica paralisou numerosos projectos públicos e privados. Um exemplo é a Cidade da Justiça de Madrid. Após não ter conseguido um acordo de financiamento suplementar com o Governo regional, o arquitecto Alejandro Zaera-Polo abandonou a construção do edifício do Instituto de Medicina Legal.
A ideia da sustentabilidade não é nova, mas a crise reforçou-a e tornou-se frequente converter-se numa exigência do cliente. O italiano Renzo Piano é um dos arquitectos que arvorou, com êxito, a bandeira da poupança energética. A sua Fundação Paul Klee (na foto), com sede em Berna (Suíça), necessita para funcionar de metade da energia de um edifício similar construído há 23 anos em Houston (EUA): a Colecção Menil.
Outro dos efeitos visíveis de a crise, é o perfil baixo de boa parte dos edifícios. O rebentar da bolha imobiliária no Japão, e, meados dos anos 90, levou Tadao Ando a cavar literalmente o solo da ilha de Naoshima para situar ali o Museu Chichu.
4. Ao pormenor
Apesar de ter sido afectada, a arquitectura estrela segue o seu caminho. O regresso a um modelo de construção antigo é uma das apostas de quem não pode competir com os grandes ateliês, de centenas de empregados e outros tantos projectos em marcha. José Selgás realizou 360 visitas durante a construção do Palácio de Congressos de Badajoz (na imagem, visto através de uma escultura de Blanca Muñoz). Tanto Selgas como a sua sócia, Lucía Cano, acreditam que a presença do arquitecto ao pé da obra é o que garante a qualidade de um edifício, que deve ser percebido em todos os pormenores.
Apesar de ter sido afectada, a arquitectura estrela segue o seu caminho. O regresso a um modelo de construção antigo é uma das apostas de quem não pode competir com os grandes ateliês, de centenas de empregados e outros tantos projectos em marcha. José Selgás realizou 360 visitas durante a construção do Palácio de Congressos de Badajoz (na imagem, visto através de uma escultura de Blanca Muñoz). Tanto Selgas como a sua sócia, Lucía Cano, acreditam que a presença do arquitecto ao pé da obra é o que garante a qualidade de um edifício, que deve ser percebido em todos os pormenores.
5. Novos desafios
Para os nomes mais consolidados, aqueles que continuam a assinar edifícios predestinados a ser ícones por quantias astronómicas, una maneira de reduzir riscos económicos é multiplicar trabalhos e abrir novos mercados. Há, no entanto, outros riscos. O bloco de apartamentos da Rua Bond de Nova Iorque, de Herzog & De Meuron (para muitos, os melhores arquitectos do mundo na última década), deixa uma sensação de 'dejà vu' que empresta capacidade de impacto ao edifício.
Para os nomes mais consolidados, aqueles que continuam a assinar edifícios predestinados a ser ícones por quantias astronómicas, una maneira de reduzir riscos económicos é multiplicar trabalhos e abrir novos mercados. Há, no entanto, outros riscos. O bloco de apartamentos da Rua Bond de Nova Iorque, de Herzog & De Meuron (para muitos, os melhores arquitectos do mundo na última década), deixa uma sensação de 'dejà vu' que empresta capacidade de impacto ao edifício.
6. Sobriedade
A atribuição do último prémio Pritzker, considerado o Nobel de Arquitectura, a Peter Zumthor, sugere que a sobriedade é um valor em alta. O arquitecto suíço sempre foi um exemplo de rigor e medida. Na Exposição Universal de Hanover do ano 2000, construiu o pavilhão do seu país (na foto) com toros de madeira levados dos bosques suíços e ligados apenas com cabos de aço, sem parafusos nem cola.
A atribuição do último prémio Pritzker, considerado o Nobel de Arquitectura, a Peter Zumthor, sugere que a sobriedade é um valor em alta. O arquitecto suíço sempre foi um exemplo de rigor e medida. Na Exposição Universal de Hanover do ano 2000, construiu o pavilhão do seu país (na foto) com toros de madeira levados dos bosques suíços e ligados apenas com cabos de aço, sem parafusos nem cola.
1 comentário:
Viva.
A arquitectura é fascinante e este post foi de uma leitura muito agradável.
Abraço.
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