sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O bigode segundo Brian Juan O'Neill

Brian falou da sua identidade multicultural. Nascido em Nova Iorque com ascendentes alemães e porto-riquenhos, vive em Portugal há quase 30 anos, onde aportou vindo da Galiza. Nos sítios onde trabalha hoje - Malaca - é visto frequentemente como indonésio, neo-zelandês ou autraliano. Na escola nova-iorquina onde fez os estudos secundários frequentou uma turma onde era um dos 6 rapazes não judeus. Em sinal de protesto, em Julho de 68, a seguir às revoltas estudantis de Nanterre (Paris) e Columbia (Nova Iorque)  deixou crescer o bigode e prometeu a si próprio nunca mais  cortar.
A sua cara afeiçoou-se ao bigode, explicou. Há gestos, olhares, expressões seus que funcionam em sintonia com o bigode. Já não se consegue imaginar sem esse apêndice capilar identitário.
"Eu sou eu e o meu bigode" - poderia ter dito. Como o compreendi! Recordei o dia, algures em 1986 ou 1987, em que me quis ver desfazer do bigode. Até ter visto, no olhar intrigado do meu filho, então com 2 ou 3 anos, uma dúvida expontânea sobre a identidade daquele tipo vagamente parecido com o seu progenitor.
Trocadas as histórias, Ricardo Vieira escreveu no seu livro, ontem lançado, a seguinte dedicatória:
João Serra. Para que o bigode possa ser usado quando nos revemos nele e os outros em "nós". Com um abraço amigo. 28/09/2009.
PS.
Ricardo não usa bigode.

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