sábado, 10 de outubro de 2009

Este voto a que temos direito

Este voto não me chega. A mobilidade tornou possível dissociar local de residência e local de trabalho. A multiplicação de laços de pertença (possível porque menos fortes cada um deles) espalha-nos por um território alargado. Temos amigos em diversos pontos do mapa, vivemos aqui e ali, trabalhamos em dois ou três sítios, percorremos distâncias de dezenas de quilómetros para ir ao teatro, ao restaurante, às compras. A distância mede-se em tempo de percurso. A rede viária encurtou o espaço entre cidades, aproximou-as. Na minha percepção das coisas há uma cidade polinucleada, cujos limites geográficos perderam distinção, que substitui a constelação de cidades separadas de outrora. Sinto que o destino de cada uma destas parcelas da minha vida profissional e de relação que vai a votos amanhã me importa. Deveria poder votar em todas elas. O voto de que disponho é curto. Ou então, o modelo de governo das nossas autarquias, assente num modelo de divisão administrativa com mais de 150 anos, está completamente desadequado da realidade.

3 comentários:

Paulo G. Trilho Prudêncio disse...

Viva João Serra.

"Ou então, o modelo de governo das nossas autarquias, assente num modelo de divisão administrativa com mais de 150 anos, está completamente desadequado da realidade." Subscrevo, se me permite. E não é só o modelo de divisão administrativa, é também a fórmula que leva à constituição dos executivos.

Abraço.

Unknown disse...

Assim sendo ultrapassa fronteiras: trabalho na Suiça, fim de semana em Espanha, ferias no Botsuana, filhos em França e na Indonesia, amigos pelo mundo, o meu aconchego Portugal.

Anónimo disse...

Pois é!

E não se pode mudar isto?

Um Abraço

PSimões