Referia-se a uma placa cravada no torreão do palacete de Francisco Grandela na Foz do Arelho, onde se assinalava o facto de ali se ter acolhido Afonso Costa para ultimar a redacção da Lei da Separação do Estado das Igrejas (20 de Abril de 1911).
De facto, o palacete foi adquirido em Março de 1940, sendo posteriormente transformado em colónia de férias (Colónia de Férias Marechal Carmona). As obras então efectuadas alteraram a traça original do edifício. Tem pois razão Mário Soares: a placa foi retirada, e não sabemos se destruida, presumivelmente nos anos 1940.
Francisco Maria Sebastião de Lima, escrivão-tabelião do tribunal das Caldas, na altura com cerca de 53 ou 54 anos, terá sido um dos técnicos consultados por Afonso Costa durante a sua estadia na Foz do Arelho. Apesar de ter sido dirigente do Partido Regenerador durante a Monarquia, aderiu à República e era amigo de Francisco Grandela. No princípio de Abril de 1912, Grandela reconverteu a capela do seu palacete em salão para actos de registo civil e conferências educativas. À cerimónia de inauguração da Casa do Povo, assim baptisada de novo a antiga Capela de Santa Matilde, assistiram entre outros, Afonso Costa e Sebastião de Lima.
1 comentário:
Assim se explica que Sebastião de Lima, ainda antes dos factos a que alude, em 1906, seja referido por Casimiro Freire, em carta dirigida a Grandela, como partilhando da sua opinião(de Grandela) sobre a escola móvel que então funcionava na Serra do Bouro e deixando a ambos a resolução do problema. Este consistia na dificuldade em garantir a frequência dos cursos de alfabetização porque os alunos "desertavam das aulas" para os trabalhos dos campos.
Já nessa altura seriam amigos, Grandela e Sebastião de Lima, visto colaborarem nas escolas móveis(missões)que, nesta zona, funcionaram antes da construção das escolas da Foz e do Nadadouro, sob o patrocínio do mesmo benemérito: Grandela.
- Isabel X -
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