terça-feira, 10 de março de 2009

Uma Casa de Memórias

É o título da história da Sociedade Portuguesa de Autores editada em 2006 e que o autor teve a gentileza de me enviar. Vitor Wladimiro Ferreira, que conheci na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, quando por ali passámos como docentes nos princípios da década de 80, é um especialista de história da cultura portuguesa contemporânea. 
Conhecedor profundo da literatura e do jornalismo oitocentistas, o Vítor é um homem de múltiplos saberes, das artes plásticas à gastronomia, do teatro à enologia. Prefaciou e anotou (espero que não me fiquem a faltar muitos autores) reedições de obras de Bulhão Pato, Ceferino Carrera, Teixeira Gomes, Luis Augusto Palmeirim e o "nosso" Júlio César Machado. Escreve com camiliana graça, numa prosa enleante recheada de saborosas pistas e citações. Às vezes um pouco amargo, suaviza a crítica com ironia queirosiana ou chiste bordaliano.
Uma Casa de Memórias é um livro competente que regista, com recurso a diferentes fontes, algumas das quais particulares, a história da instituição que defende os nossos direitos enquanto autores. 
É bem certo que quase se ia "esquecendo" de o fazer no caso do livro do Vitor Wladimiro, mas o autor recorreu àquela prestimosa instituição para acautelar o seus direitos e foi bem sucedido. A SPA defendeu-o da SPA. No exemplar que me chegou às mãos, Uma Casa das Memórias tem o autor referido na sobrecapa e num autocolante aposto manualmente na ficha técnica da edição. 

6 comentários:

Anónimo disse...

“Letras, músicas e fardas”
A SPA que Vitor Wladimiro Ferreira descreve como “ A casa das nossas palavras e sons, do espírito e das ideias, da gargalhada e das lágrimas”, conta, entre os seus fundadores, com doze Oficiais do Exército, dezasseis, no total, nos primórdios, como sócios, que se bateram pelas Letras.
Como conciliavam a actividade castrense e a cultura da “pena”...? De dia, cumprindo o dever militar; fora de horas, cultivando letras e sons.”

A minha homenagem...
MV

João Ramos Franco disse...

O Dr. Vitor Wladimiro, como o mundo é pequeno, fez buscas históricas sobre cozinha Poruguesa para o Instituto Nacional de Formação Turistica, organismo onde eu trabalhava, foi aí que tive o prazer de o conhecer.
João Ramos Franco

Isabel Castanheira disse...

E uma muito boa companhia, quando sentados a uma mesa frente a uma boa caldeirada, ele nos delicia com as histórias retiradas dos Pontos nos ii, d'O António Maria ou d'A Paródia. Chegamos a duvidar quem é o nosso interlocutor: se o Wladimiro, se o Rafael Bordalo...

Anónimo disse...

Que blasfémia! Que sacrilégio! Nunca pensei ver a Isabel Castanheira "duvidar", confundindo alguém com Rafael Bordalo Pinheiro. Estou perplexa!
- Isabel X -

Anónimo disse...

Vim para o eMac e encontrei o teu mail. O que posso dizer-te? Apenas: OBRIGADO. Foste muito gentil e aproveitei - como deves calcular é-me totalmente indiferente que o Estado seja monárquico ou republicano, apenas desejaria que funcionasse e se lembrasse dos 10+5 milhões de portugueses (os 5 sãos que labutam pelas estranjas! - para o enviar à filharada.
Foste mesmo simpático! E os comentaristas, também.
VW

Unknown disse...

Um grande Professor, um excelente amigo, e um intelecto admirável, infelizmente desaparecido em Outubro último.

Deixou Saudades ! Descanse em Paz !

ver no Blogue Combustões, do seu filho Miguel Castelo Branco