Era o quadro preferido de José Relvas, que o quis no escritório, entre livros e objectos que apreciava. Levou-o a Madrid, no conjunto de exemplares de arte portuguesa cuja mostra, enquanto embaixador, patrocinou. As Abandonadas, de Constantino Fernandes é uma obra que ocupa um lugar especial na colecção dos Patudos. Foi recentemente restaurada e esteve patente em 2008 na Assembleia da República.
É dela que vai falar o Doutor Jorge Custódio, especialista em história da indústria e da industrialização portuguesa, na próxima sexta-feira, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Casa dos Patudos - Museu de Alpiarça.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
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2 comentários:
Caro senhor tendo em conta a qualidade do texto e da Tela vamos colocar este post no nosso blogue de Alpiarça com o respectivo link e agradecimento.
É emocionante descobrir quanto uma obra de arte pode conter de real e de concreto, para além da carga simbólica que possui e que lhe é inerente. Quanto tem uma história para contar, é uma narrativa, se alguém a souber ler.
É o caso de "As Abandonadas" de Constantino Fernandes: as pessoas ali retratadas existiram mesmo, trabalharam numa fábrica situada em Alcântara, viveram situações abandono relacionadas com mudanças de instalações (para o Barreiro), impostas pela modernização industrial. E essa história pode ser reconstituída através da investigação histórica.
Há que saber ler sinais, reconstruir o puzzle. Foi aquilo a que se assistiu, assistindo à comunicação de Jorge Custódio, em Alpiarça.
Há que desmistificar: julga-se que os artistas portugueses, nomeadamente os naturalistas, não se dedicaram a representar paisagens urbanas, industriais, e isso não é verdade. Pergunto-me: como em tudo o resto, o que impera é o princípio da negação?
Parabéns a quem tornou isto possível:estas descobertas; estas abordagens, estas leituras!
- Isabel X -
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