O Diário de Notícias - Ferreira Fernandes - e o Jornal de Notícias - Manuel António Pina - contam ambos com dois cronistas diários de primeira água. Sou um admirador confesso do género que aliás sempre contou com grandes cultores na imprensa portuguesa. lembro-me de há anos Mário Mesquita - outro excelente cronista - ter publicado uma crónica sobre este tema. São jornalista/escritores que todos os dias, num número limitado de caracteres, contam uma história de exemplo, comentam uma notícia, antecipam um acontecimento, arriscam um juízo.
Leiam, por favor, a certeira e irónica crónica de hoje de Manuel António Pina no JN.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
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5 comentários:
Sem dúvida eficaz e demolidora a mensagem de Manuel António Pina. Com economia de palavras e directo ao cerne da questão.
Às vezes parece-me que as acções de marketing acarinhadas pelos media e promovidas pelos partidos políticos e por vários outros sectores, (desde os interesses económicos aos projectos de poder mais variados), se viram contra os próprios.
O povo (essa entidade mítica) já não vai muito "à bola" com isso.
O pior mesmo é que se vai minando a democracia.
Dantes considerava-se "opinião pública" como "opinião ilustrada", hoje confunde-se "opinião pública" com "opinião publicada".
O que vale são algumas "ilhas", como estes jornalistas escritores que, fazendo parte do sistema, o denunciam (na medida em que este o merece). Conhecem-no e não se demitem da sua obrigação de pensar com inteligência e autonomia.
- Isabel X -
Isabel X, seu comentário é de uma precisão cirúrgica.
Diga-se; há quem mate vários leões ao dia, e o povo nunca está a contento, e sabe por quê? Por que o povo tem preguiça de pensar.
"(...) o monárquico [encarregue] de rever a Constituição dita da República(...)"
Pois; mas a Constituição "dita" da República, esse "garante dos direitos fundantes da civilidade", impendem o tal "monárquico" de fazer outra coisa… - absurdo que o sr. Pina finge ignorar.
É isso mesmo, Cláudia, o povo tem preguiça de pensar. E mais terá se as elites continuarem a ostentar a confrangedora falta de qualidade que lhes reconhecemos na maior parte dos casos.
Quanto ao monárquico encarregado de rever a Constituição da República, ao contrário do que diz Chantre, o absurdo dessa situação está bem patente no artigo de Manuel António Pina.
Aliás, basta enunciar o caso, como ele faz, que o absurdo salta à vista.
Se ele fica impedido (penso que é isso que Chantre quer dizer) de fazer outras coisas, temos pena... mesmo.
- Isabel X -
... e que Isabel X, mais uma vez, não quis perceber.
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