domingo, 5 de setembro de 2010

Julgamento(s)

Dizem-me amigos, cujo saber e experiência da matéria é sólido, que teria sido possível encurtar consideravelmente o tempo do julgamento da Casa Pia, poupando vítimas, arguidos e país a muitas das sequelas do arrastado processo. Desconheço, evidentemente, os motivos pelos quais cada um dos que nele intervieram nada fez para obter essa possível celeridade. Admito que não coincidam, excepto talvez num ponto: a não divisão do processo criou (artificialmente?) dois lados, tanto na administração da justiça, como na percepção mediática, como provavelmente na estratégia da(s) defesa(s): o lado dos que sustentam a boa condução da investigação e o valor da prova, e o lado dos que, criticando esta, admitiam  a impossibilidade de condenar fosse quem fosse (excepto o arguido que confessou). A comunicação social pendeu aliás, por motivos que têm a ver com a sua lógica de funcionamento, para este último lado. Daí a surpresa com que foi recebida a sentença. Mas, tal como as coisas foram conduzidas até aqui, ou os arguidos eram todos absolvidos ou todos condenados. Só a partir de agora é que se separam.

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