Porque é que viaja tanto [Olivian]? Os bancos da viatura conduzem-nos com muito mais lentidão onde o seu sonho o levaria bem depressa. Para chegar perto do mar só precisa de fechar os olhos. Deixe aqueles que não possuem senão os olhos do corpo deslocarem-se com o seu séquito e instalarem-se em Pouzzoles ou Nápoles. Pretende, diz-nos, terminar lá um livro? Há algum local melhor para trabalhar que a cidade? Homem de imaginação, não pode obter prazer senão pelo que espera ou pelo que lamenta, ou seja, no futuro ou no passado.
É por isso, Olivian, que está descontente. [...] É bem infeliz. Ainda não é um homem e já é um homem de letras.
Marcel Proust
Voyager avec Marcel Proust. Mille et un voyages. Textes choisis et présentés par Anne Borrel. Paris. Editions Quinzaine Littéraire, 1994. p. 309.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
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1 comentário:
Viva caro João.
Divinal, esta escolha.
Abraço.
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