sábado, 19 de setembro de 2009

Procedimentos

"A coisa, a ser verdade, é quase inconcebível", escreve Vasco Pulido Valente no Público de hoje. Refere-se, está bem de ver, à sucessão de episódios com origem em suspeitas de espionagem exercida sobre a Presidência da República.
Mas a pergunta que não se fez é simples: comunicou o Presidente ao Primeiro Ministro as suspeitas surgidas na sua Casa Civil? Esse seria o procedimento normal e exigível pelas circunstâncias. A suspeita recaía aliás sobre elementos do Gabinete do Primeiro Ministro e este seria, logicamente, o principal interessado em determinar o fundamento respectivo. Uma matéria sensível como esta atinge o coração da República, as normas de convivência e respeito entre órgãos de soberania, pelo não é possível crer que Presidente e Primeiro Ministro não cooperem na sua estrita observância. A tentativa de dar publicidade jornalística às referidas suspeitas por parte de um colaborador destacado do Presidente, aliás um antigo director do Diário de Notícias, é inconcebível, à luz deste princípio fundamental do relacionamento institucional entre Presidente e Primeiro Ministro.

2 comentários:

João Ramos Franco disse...

“Comunicou o Presidente ao Primeiro Ministro as suspeitas surgidas na sua Casa Civil?”
Perante os factos que analiso no post anterior e do qual dei conta, tudo nos aponta, que ao mandar um Assessor tratar do assunto e do modo como feito, que o Presidente desrespeitou todas as normas, bem como o procedimento exigível pelas circunstancias.
À luz do que do que Vasco Pulido Valente diz, a publicidade que é feita ao assunto, ainda o torna mais grave, até que ponto noticias como estas têm efeito sobre o eleitorado?...
O PSD serviu-se destas notícias hoje, pela voz da sua Presidente, como arma de arremesso contra o PS.
Não será que eu tenho razão, ao dizer que tudo isto não passa da utilização dos média para determinado partido se servir e tirar deles dividendos político-partidários?...
Por mais explicações que tentem dar, perante o que leio, não me convenço que o Sr. Presidente não tivesse conhecimento do que o Assessor estava a fazer.
João Ramos Franco

Anónimo disse...

Caro Professor João Serra:

Poder-se-ia pensar que se tratava de um "Problema de Estatura"...
Poder-se-ia pensar que se tratava de um "Problema de Caracter"...
Poder-se-ia pensar que isto não passava de uma "Graça de Mau Gosto",,,
Poder-se-ia pensar que isto não passava de um "Problema de Esquizofrenia"...
Poder-se-ia pensar que isto não passava de um "Problema de Inexperiência Política"...

Mas não!
Isto é mesmo uma badalhoquice....

A República Centenária tem que saber sobreviver a isto....

MAS TEM QUE HAVER CONSEQUÊNCIAS!!!!

Demita-se o Assessor! e/ou Demita-se o Presidente da República....

Um Abraço

PSimões