terça-feira, 29 de setembro de 2009

Fantin Latour (1836-1904)

Leitura (Museu Calouste Gulbenkian)

11 comentários:

Anónimo disse...

Que bonito!
MV

Rui disse...

Escutar ler é um delicado prazer. É divertido pensar como o tropel dos dias de hoje pode convidar-nos a regressar a esses oitocentismos. Há bem pouco tempo fiz o download dos Beagle Diaries do Darwin e andei umas semanas no carro com aquilo num cd. Ouvi aquela leitura uma série de vezes e regressei a um prazer de que já há muito tempo não beneficiara. A coisa não é, pois, tão bucólica nem tão romântica, mas nem tudo tem de assim ser, presumo. Entretanto, por força destes tecnológicos e maravilhosos tempos, viva os audio-livros, pois, sempre que as mãos estejam ocupadas de mais para os desfolhar. E às vezes estão.

Rui disse...

o tal "desfolhar" que é folhear... :|

Isabel X disse...

Credo Rui! Tudo o que é descrito como experiência actual é o oposto do que a imagem nos mostra e faz sentir!
Da belíssima ouvinte emana uma força portentosa, exactamente porque escolhe ouvir, enquanto nos olha atentamente.
As mãos serenamente pousadas no regaço, uma com luva outra sem ela, poderiam folhear o que quisessem. Mas não... limitam-se a estar assim...
Aliás, até me parece que conduzir a ouvir Darwin é pouco prudente e talvez susceptível de pôr em causa uma condução correcta e segura! Cuidado... isso deve fazer mal...
- Isabel X -

Rui disse...

Tens tanta razão, Isabel. Como já imaginas, prefiro retirar tudo o que disse a tentar converter uma alma tão convictamente oitocentista como a que aqui tão deliciosamente patrocinas e acompanhas. E vou ter um cuidado rodoviário redobrado. (Onde tinha eu a cabeça?)

Rui disse...

...mas se ouvisses o Darwin, Isabel...

Paulo G. Trilho Prudêncio disse...

Viva.

Vi esta exposição e gostei. As naturezas mortas não me entusiasmaram (confesso que nunca me entusiasmam as naturezas nesse estado) mas os retratos são muito interessantes.

Nem sabia que Fantin-Latour era um copista de serviço no Louvre e que só agora, com esta exposição, é que se torna mais conhecida a sua obra; aliás, o que sabia do pintor era zero. Valeu.

Abraço.

Isabel X disse...

Vinha eu à espera de aqui encontrar já uma reacção à reacção do presidente e, afinal, deparo-me ainda com acusações de "oitocentismos", às quais nem sequer sei responder por não saber o que isso significa.
Mas nem tudo se perdeu:
- Fiquei a saber que o Rui é o Rui que eu calculava!
- Vejo que continuo a ter sobre ele uma influência apreciável, visto retirar tudo o que disse!
- Continuo preocupada com o risco que a sua condução pode representar na estrada, porque retira o que disse, mas não promete deixar o comportamento de risco que deu origem à minha preocupação.
- Quanto a Darwin, leio-o de bom grado, ouvi-lo por meios tecnológicos, lido por outrem a quem não vejo, enquanto tenho as mãos ocupadas, conduzindo, é que nem pensar! Há coisas com as quais não se pode contemporizar...
- Isabel X -

Anónimo disse...

Também eu visitei a Exposição de Latour, a qual pode ser vista actualmente em Madrid.
O quadro escolhido pelo João é muito feliz e enquadra-se numa série de obras, do mesmo género, encomendadas pelas élites parisienses ao pintor.
Na época ser retratado(a) a ler, era sinal de dignidade e de distinção social.Eis um bom mote para a Doutora Isabel Alçada e para o seu Plano Nacional de Leitura.
Na minha opinião, são os retratos de Latour(os de homenagem a intelectuais amigos e cúmplices), que inspiram Columbano numa das suas obras primas "O Grupo do Leão.
NB

Rui disse...

?!

Rui disse...

Tens razão, Isabel. Há realmente coisas com as quais não se pode contemporizar...