Os partidos da oposição, que todos os dias nos explicam que estão a cavalgar o descontentamento dos professores, têm alguma influencia real neste processo ou querem apenas aproveitar a "derrota" do Primeiro Ministro?
A avaliação que o Partido Socialista faz da substituição de Correia de Campos no Ministério da Saúde, e a paralização subsequente da reforma que ele conduzia, é positiva?
Há clima e instrumentos para reintroduzir o princípio da negociação entre Ministério, professores e escolas?
Pode o Sindicato dos Professores ter uma intervenção autónoma (e independente) neste conflito?
Quem é o interlocutor do Presidente da República nesta matéria, para além do Governo?
Pode o Governo entrar no ano da sobreviência da maioria absoluta com uma "derrota" política?
Estão os professores conscientes de que a partir de agora, a guerra pode "começar a doer", ou seja que a opinião pública vai ser mobilizada para sancionar ou desaprovar a sua luta contra "o modelo"?
11 comentários:
Um pouco jesuítico este questionário...
MT
Peço desculpa ao João Será, mas engolir as palavras, “Um pouco jesuítico este questionário”, é difícil para mim. Todas as perguntas feitas nele são bastante pertinentes e actuais. Querermos ou não responder a ele é uma opção cada um, mas emitir uma critica sem uma razão explicativa, é pior que nada dizer.
João Ramos Franco.
Acrescento três perguntas:
1 - Como é que um modelo "técnicamente inatacável" há duas semanas tinha afinal tantos buracos e precisava de tantos remendos? (eu ouvi a ministra e tenho memória).
2 - Este modelo de avaliação, efectuado com base em professores titulares escolhidos por critérios absurdos,ilógicos e irracionais serve para alguma coisa além de poupar dinheiro, estabelecendo quotas?
3 - É possível um avaliador que concorre à MESMA vaga do avaliado ser justo na avaliação?
Eu sei as respostas, mas hoje, pelos vistos, é só dia de perguntas...
Na natureza nada se perde, nada se ganha, tudo se transforma. Neste processo talvez se venha a passar algo de semelhante. Pôr a "culpa" toda do lado dos professores foi fácil e, aparentemente, propiciador de bons dividendos junto da "tal" opinião pública que tanto se preza. Mas não se deve esticar demais a corda, que ela tanto pode rebentar para um, como para outro dos lados em questão. O que se esperava? Que os professores tudo aguentassem sem ao menos espernearem um pouco? No meio há os que se aproveitam da situação, claro. Será que respondi a alguma questão? Não?
- Isabel X -
Este espaço é livre: para fazer perguntas e para questionar as perguntas. Para descobrir respostas e discutir os seus pressupostos.
Na natureza pelos vistos só há mudanças. E nos processos sociais e políticos? Aqui parece haver perdas e ganhos. Parece quem não podem ganhar todos. Ou podem?
Transformamo-nos todos com certeza. O pior é que não para melhor...
-Isabel X-
Podem algumas perguntas mostrar uma simpatia por um dos lados desta questão? E por qual será?
Poderão os professores ser culpados do aproveitamento político dos disparates da ministra? Ou será ela (agindo depois de avisada por muitos professores, incluindo socialista)que é responsável pelo que faz? (ou já nem isso será?)
Poderá a ministra mudar REALMENTE algo a começar pela sua forma de proceder e estar? Ou só muda o acessório para não reconhecer o erro básico?
Será que a Isabel tem razão?
Será que as pessoas ainda podem ganhar? Ou o poder tudo distorce e compra?
Porque é que há milhares de milhões para dar aos vigaristas da Banca e não há meia-dúzia de tostões para pagar a mais "titulares"?
Será que alguém pode responder?
As perguntas não servem para iludir as respostas, mas para definir um campo de análise. O meu campo tem sido sempre o mesmo, desde que em Março deste ano aqui escrevi qualquer coisa sobre este assunto: na ausência constatada de uma direcção política autónoma do seu movimento de protesto, para onde vão os professores?
Proponho-me tentar perceber o que se está a passar nas escolas e com os professores (não me preocupei muito com a Ministra e o Ministério). Não quero discutir as razões, porque nesta altura isso é ocioso.Os professores têm as suas razões e isso me basta. Gostaria de discutir a possibilidade - porventura cada vez mais remota - de esta crise se saldar por algum ganho para a sociedade portuguesa.
“Gostaria de discutir a possibilidade - porventura cada vez mais remota - de esta crise se saldar por algum ganho para a sociedade portuguesa.” Não sendo um apologista de que mudança é negativa por princípio, tento ver os factos actuais á luz das diversas mudanças que geraram crises sociais que conheci e já são pertença da Historia. Que me recorde quase todas elas geraram conflitos sociais, e neste momento ao relembrá-las, retiro delas tudo o que positivo aprendi com elas. Neste caso em concreto, penso que relutância à mudança foi fruto do mau princípio como assunto foi abordado e não de como ele já está colocado actualmente. Vivemos numa época em que podemos contestar um determinado método de mudança, mas dizer não à mudança é retirar por princípio qualquer ganho que ela possa trazer para a sociedade portuguesa e por consequência “negativo”.
João Ramos Franco
Olá João Serra.
Como sabe, estou um pouco saturado desta avaliatite incontinete que está a desgraçar o sistema escolar em Portugal. Mas estou longe de desistir. Estou até perplexo com a marcação de um CM extraordinário por causa de uma teimosia reconhecidamente incompetente, como quase todas as teimosias. Sei que este modelo de avaliação é inexequível (é por isso que caiu) e tb sei que o o apressado e displicente concurso de titulares criou brutais injustiças.
Mas, e passe a publicidade, estou em
http://correntes.blogs.sapo.pt/172781.html
E tenho por lá muito mais caracteres sobre a coisa, como o João sabe.
Desculpe-me a poupança.
Como for oportuno "linkarei", já tenho a sua autorização, no meu blogue um outro seu texto sobre estas matérias.
Abraço.
Paulo Prudêncio.
A emissão de opinião por parte de quem conhece realmente estes problemas é sempre de saudar.
Subscrevo o que diz o Paulo, que não conheço, embora tenhamos amigos em comum.
O bom senso e a reflexão informada têm agora que sair do círculo dos professores para chegar à opinião pública, combatendo uma campanha de desinformação que já começou!
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