É agora frequente encontrar, ao fim de semana, pessoas a observar o movimento dos aviões, uma vez que um corredor de aproximação à pista passa por cima da rodovia. Ontem, além de pais a mostrar aos filhos o vai-vem dos aviões, havia carros com gente a ouvir música e a apreciar a paisagem. Li algures que estaria projectada para aquela área um restaurante com miradouro.
O movimento de chegadas e partidas continua a suscitar o fascínio dos portugueses. Vemos as dos outros, enquanto não chega a nossa vez.
3 comentários:
O autor na última frase refere-se à nossa vez de partir ou de chegar?
Em 1967 a ditadura brasileira lançou um cartaz com o slogan "este é o seu país,ame-o ou deixe-o".A oposição respondeu escrevendo por cima "o último a sair fecha as luzes do aeroporto".Nós não estamos ainda nessa fase,pois não?
No fecho do post, hesitei nas palavras, entre fascínio e nostalgia. Lembro-me desse passeio que dávamos nos anos 50 até ao Aeroporto para ver o movimento de partidas e chegadas. Fomos país de emigração e hoje somos país de imigração, também.
Mas o episódio que relato também pode ter outra leitura: este "privilégio" de ter um aeroporto internacional ao pé de casa, em Lisboa, parece ter os dias contados.
Entre partidas e chegadas, veio-me à mente este belo poema, e a voz de Manuel Freire:
Ei-los que partem
novos e velhos
buscando a sorte
noutras paragens
noutras aragens
entre outros povos
ei-los que partem
velhos e novos
Ei-los que partem
de olhos molhados
coração triste
e a saca às costas
esperança em riste
sonhos dourados
ei-los que partem
de olhos molhados
Virão um dia
ricos ou não
contando histórias
de lá de longe
onde o suor
se fez em pão
virão um dia
ou não
Nota: Porque... em breve sentirei a dor de uma partida!
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