quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Mulheres contra Sarah Palin

Na campanha presidencial americana de 1991, os conselheiros de Bill Clinton viram no voto feminino o factor decisivo da eleição. Identificaram então como alvo preferencial das acções de campanha o segmento do que ficou conhecido como "as mamãs do futebol": mulheres, autónomas na vida profissional e social, de 30 a 45 anos, que aos sábados levavam os filhos aos campos de treino de futebol (um desporto que não integra o desporto escolar, mas que tinha cada vez mais adeptos nos Estados Unidos, em grande parte devido à crescente presença hispânica no país). A extensa reportagem que o Le Monde publicou ontem sobre a importância da mobilização das mulheres na actual disputa Obama-McCain recoloca o tema do comportamento eleitoral feminino. A escolha de Sarah Palin como candidata à vice-presidência por parte do Republicanos, aparentemente em resposta à intervenção de Hilary Clinton na campanha dos Democratas, parece ter tido consequências perversas. Multiplicam-se os movimentos de mulheres contra a candidata que, em resposta a uma pergunta sobre a sua inexperiência em política externa, respondeu "Conheço bem  as questões russas. Vejo a Rússia da minha janela no Alaska". 
Os estrategos de Obama concentram agora a sua atenção sobre as mulheres judias, sector onde aparentemente a contra-propanganda que associa Obama ao Hamas fez o seu curso. Mas a questão central aqui parece ser aquela que se deduz de uma entrevista também publicada no Le Monde a uma mulher judia a quem o jornalista pergunta em quem vai votar e ela responde: "No candidato que o meu marido indicar". O jornalista fica surpreendido e ela explica: "Somos judeus ortodoxos e tenho um acordo com o meu marido: ele toma as decisões de carácter social e eu as de carácter familiar; de modo que ele toma uma decisão por mês e eu várias por dia."

Sem comentários: