quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A Gravura: esta mútua aprendizagem


Grande Auditório da Culturgest, 25 de Outubro, 18h30
Um documentário de Jorge Silva Melo
Depoimentos de António Charrua, Bartolomeu Cid dos Santos, David de Almeida, Eduardo Nery, Fernando Calhau, Fernando Conduto, Ferreira da Silva, Guilherme Parente, Humberto Marçal, João Paiva, Joaquim Barata, Jorge Martins, Julião Sarmento, Júlio Pomar, Manuel Baptista, Manuel Torres, Maria Beatriz, Maria Gabriel, Maria Velez, Nikias Skapinakis, Paula Rego, Querubim Lapa, Rogério Ribeiro, Sérgio Pombo, Teresa Magalhães, Tereza Arriaga e Vitor Pomar.

Um documentário sobre a Gravura, a cooperativa de gravadores portugueses fundada em Lisboa, em 1956, por um grupo de artistas e intelectuais. Através de quase três dezenas de depoimentos, retrata-se aqui a sua história, e as suas consequências, a sua origem nos movimentos de oposição à ditadura, numa improvisada garagem de Algés. E sobretudo, a necessidade que os artistas sentiram de aprender em conjunto, de se organizar, aprender e ensinar ao mesmo tempo. Um momento único de camaradagem, aprendizagem, intercâmbio, um momento político na História das Formas.

Pode dizer-se que a gravura moderna tem origem exactamente em 1956, quando se formou a Gravura. E pode falar-se de aventura. - escreveu Fernando de Azevedo, em 1976. Se digo aventura, é porque de facto o foi, sabido que todas as aventuras comportam riscos. Que risco não seria, então, congregar artistas e coleccionadores, os primeiros tentando o que não tinham sequer aprendido, tentando os segundos acompanhá-los sem o terem aprendido sequer. Esta mútua aprendizagem é uma das coisas bonitas que aconteceram nos últimos anos da vida artística portuguesa.

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