E [Marco] Polo: - O inferno dos vivos não é uma coisa que virá a existir; se houver um, é o que está aqui, o inferno que habitamos todos os dias, que nós formamos ao estarmos juntos. Há dois modos para não o sofrermos. O primeiro torna-se fácil para muita gente: aceitar o inferno e fazer parte dele, a ponto de já não o vermos. O segundo é arriscado e exige uma atenção e uma aprendizagem contínuas: tentar e saber reconhecer, no meio do inferno, que é e que não é o inferno, e fazê-lo viver, e dar-lhe lugar.
Italo Calvino, As Cidades Invisíveis. Lisboa, Teorema, 2000. p. 166.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Espectadores de nós mesmos, então, no meta-inferno que acabamos por ser (construir?)
- Isabel X -
Enviar um comentário