Uma crise económica surge a maior parte das vezes em situações em que o dinheiro serve para produzir mais dinheiro, e não para possibilitar a produção. Esta fórmula, que evoca o pensamento de Marx, remete para a dominação do capitalismo financeiro e até especulativo sobre a economia real. Numa crise, não há actores propriamente sociais, pois os financeiros só se definem pelo lucro, incluindo o lucro resultante da especulação, enquanto que todos os outros, empresários, sobretudo pequenos e médios, e assalariados, ficam reduzidos ao papel de vítimas. Para a maioria das pessoas, a crise significa em primeiro lugar desemprego e, para muitos milhões de americanos, a perda da sua casa.
Alain Touraine, Après la Crise. Paris. Éditions du Seuil, 2010. p. 127.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
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