sexta-feira, 15 de abril de 2011

Entendam-se!

Começamos a ficar cansados, não?
Não há dia em que um eurocrata não nos venha aconselhar, persuadir, ameaçar - Entendam-se! Entendam-se, senão...
Sabem há quanto tempo dura a última crise política belga? Desde as eleições de 13 de junho de 2010, sobre cujo resultado não foi possível formar qualquer entendimento que possibilitasse a formação de um governo.
E se os dirigentes da União, com sede em Bruxelas, dirigissem o seu apelo/ordem também aos que estão mesmo ao pé da porta?
O rei Alberto II (à direita) gesticula, durante uma reunião no Palácio Real de Bruxelas, com Joelle Milquet, Presidente do Partido Democrata Cristão (francófono) após a demissão do mediador nomeado pelo monarca.

5 comentários:

João B. Serra disse...

Nota:
Esta observação irónica não deve ser levada à conta de "provocação" aos meus dois comentadorres monarquicos do post anterior!

Isabel X disse...

Tudo isto é extremamente cansativo, de facto. O professor Jorge Miranda, na cerimónia em que foi jubilado, disse que a dignidade nacional sai ferida dessas recomendações feitas aos partidos políticos portugueses por entidades estrangeiras.

Quanto à Bélgica, independentemente de ser monarquia, parece vir a ser o próximo país a ter problemas no âmbito do euro.

Na verdade, não fomos suficientemente alertados para a questão de o valor do euro se basear nos défices dos países aderentes, aquando da adesão. Já não estão em causa as reservas de ouro mas o compromisso relativo ao défice.

Até o Dr. Jorge Sampaio, de quem tanto gosto e que considero um dos raros políticos de boa vontade, um dia disse haver mais vida para além do défice. Afinal, e de acordo com o que o que o tempo que entretanto decorreu parece demonstrar, não havia mesmo. Precisamos todos de tomar lições de realismo: todos.

- Isabel X -

Cláudia disse...

Com permissão do Prof. João Serra, nuances da república intimista.
O que até então reveste a consciência de um português é seu patrimônio histórico. Blinda e proporciona desde sempre a situação de conforto perante os embates da vossa civilização, pela extraordinária corrida humanística. Sendo deste apropriado respaldo de nobreza por verdade histórica, transforma-se na armadilha pessoal de cada cidadão. A própria condição de ser, agrava como embuste de não aceitação ao impacto pelo distorcer da realidade. Tal dificuldade pessoal, tem sido labirinto de impossibilidades, frente a clareza de vossas mentes que revelam quão despreparadas para o que dita uma crise. Pois, figuras políticas governam ao nada extraordinário, quando vossos valores se decepam, sem estímulos do “por que competir” em circunstância da sobrevivência. E, por mais contraditório que seja tal engenho é de natureza física, pois vós acreditais apenas vendo. E, neste ver, mobilizam todos os anseios, não só pela idéia, mas, pelo ideal do aprendizado por impulso de vossa cultura. E o mais interessante é que no coração português sobra o espaço exatamente para a monarquia, suposta a que restauraria o orgulho das origens. Sendo o quê, talvez de físico para a competição deslanchar na Europa. Atenção, Portugal não compete entre si, nem com o mundo, mas com seus iguais, a Europa. Se perder o foco europeu... E, que não esnobem defeitos, para que a outra geração não invista contra o que até então, fora patrimônio português as duras penas lapidado.

Chantre disse...

Claro que não, professor Serra - admitindo, obviamente, que sou um dos dois comentadores "monárquicos" (?) referidos. Até porque, e 'a contrario', a coisa seria bem mais complicada sem o "Rei dos Belgas" -afinal, o único cimento em tais paragens.

Xico disse...

professor João Serra
As provocações bem dispostas são sempre bem vindas.
E depois não sei se terá dois monárquicos. Já o D. Carlos dizia aos íntimos que Portugal só tinha monárquico e meio. Um era ele porque o mano era só meio.
Além disso, aquela janela em jeito de sombra chinesa, está muito bem apanhada.