Pensar a mobilidade no espaço, mas ser incapaz de a conceber no tempo, é, enfim, a característica do pensamento contemporâneo apanhado na armadilha de uma aceleração que o surpreende e o paralisa. Mas, por esta mesma razão, é no espaço que ele trai a sua doença. Perante a emergência dum mundo humano conscientemente coextensivo ao mundo inteiro, tudo se passa como se recuássemos perante a necessidade de o organizar e nos refugiássemos por detrás das velhas divisões espaciais (fronteiras, culturas, identidades) que até agora sempre foram o fermento activo dos confrontos e das violências.
Marc Augé, Pour une Anthropologie de la Mobilité. Paris, Payot & Rivages, 2009. P. 88-89
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
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1 comentário:
Mobilidade no pensar
Haviam pedras,
que foram moldando
um castelo.
Tiradas uma a uma,
na beira de um rio.
A medida em que o
castelo crescia,
tal riacho sumia.
Até, já não haver mais,
leito de rio.
Hoje, o castelo erguido.
Suas paredes...
Sussurram, cascatas.
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