Há palavras a mais na vida pública portuguesa, disse o Presidente.
Mas o principal problema não é verdadeiramente esse. O que há é convicção a menos, gente que fala todos os dias mas que não transmite um corpo de princípios, uma ideia orientadora face à qual os cidadãos se determinem. Perante a anomia da vida publica, há vozearia onde faria sentido a palavra que transmite confiança e exalta a união e o sentido da responsabilidade. Fazem falta palavras. Palavras de quem esteja próximo, de quem veja a floresta para lá da árvore, de quem se ocupe do sentido das coisas e não das coisas sem sentido.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
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1 comentário:
Não podia estar mais de acordo. Só pode dizer que há palavras a mais quem não sabe o valor das palavras e as confunde com ruído, a tal "vozearia".
Isto vale para muitos de nós, para além do presidente (alguém que só me desgosta!...), para todos aqueles que calam mais do que dizem, que nunca dizem tudo, que têm dificuldade em expressar o que sentem e, assim, nem sequer chegam a saber o que sentem de facto. Ou seja,a tomar consciência de si. A conhecer-se.
Nada existe sem palavras. Sem ser dito. Sem o verbo, condição do ser. Parafraseando um antigo professor meu da Faculdade de Letras de Lisboa, Hamilton Costa: "Façam amizade com as palavras!" Para que elas sejam nossas amigas, acescento eu.
Sem as palavras, ditas e escritas, o que resta(ou pode restar) de nós??
- Isabel X -
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