Sete centenas de escolas de primeiro ciclo fechadas de um só golpe! É o resultado de uma alteração de padrão demográfico e consagra uma mudança estrutural na ocupação do território. Redesenhou-se o país a partir de novos eixos de circulação e do recentramento das polaridades urbanas e aí estão os sinais de desajustamento que é imperioso corrigir.
Segundo os jornais de hoje, colhida de surpresa a Associação de Municípios, prepara-se para reagir. Falsa surpresa certamente. Há meses, anos, que esta matéria está em cima da mesa, e que o Ministério da Educação negoceia laboriosamente, município a município, o encerramento de escolas. Mas não espanta que a Associação de Municípios tente travar a racionalização da rede escolar. Afinal, a rede que mais afectada foi pela revolução demográfica e territorial em curso foi a dos próprios municípios. Concebida para um Portugal rural e sem vias de comunicação rápidas, essa rede é hoje inconsistente e um factor de desperdício desmedido. A reforma administrativa é por aqui que tem de começar ou não será.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
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3 comentários:
Concordo plenamente. Os municípios, além da validade que têm, ou têm tido, ou terão ainda em termos de potencialidade, são em muitos casos parte do problema e não da solução.
A rede escolar é apenas a "ponta do iceberg" de um problema mais vasto e grave: o das instituições, entidades, equipamentos, etc., existentes não corresponderem à realidade.
E quanta inoperacionalidade daí decorrente! O país convertido numa manta de retalhos e cada município a olhar pelo seu "quintalinho" (supostamente) contra o "quintal" do "vizinho" do lado.
Os autarcas surgem em público como "virgens ofendidas", aproveitando mais este caso para fazerem política.(Presentemente toda a gente sabe muito de política.)
Claro que há escolas a fechar: não há crianças para as frequentarem...
- Isabel X -
Viva João.
"Afinal, a rede que mais afectada foi pela revolução demográfica e territorial em curso foi a dos próprios municípios. Concebida para um Portugal rural e sem vias de comunicação rápidas, essa rede é hoje inconsistente e um factor de desperdício desmedido. A reforma administrativa é por aqui que tem de começar ou não será."
O caminho que se está a seguir na rede escolar - refiro-me mais aos denominados mega-agrupamentos - acrescenta mais um problema à reforma administrativa que o João advoga: é mais um quadro de divisão administrativa a acrescentar aos mais de 40 existentes.
Tem sido esta a sina da escola pública nesta primeira década do milénio. Uma verdadeira terraplenagem na história dos estabelecimentos de ensino. Um insuportável desrespeito.
Aquele abraço.
Isabel X, confio na descência de vosso comentário.
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