Mário Vargas Llosa em entrevista ao El Pais de ontem (29), a propósito do próximo lançamento do seu novo livro El sueño del celta, sobre a vida de Roger Casement (1864-1916), pioneiro defensor de direitos humanos.
P. O nacionalismo fervoroso do seu protagonista surpreende. Um atributo incomum nos seus heróis...
R. Sempre tive medo dessa forma de fanatismo. O nacionalismo parece-me ser a pior construção humana. O caso mais extremo de nacionalismo é o nacionalismo cultural. Apesar de, em determinadas circunstâncias poder representar valores libertários.
P. Há um bom nacionalismo?
R. O nacionalismo tem um valor positivo para alguns povos esmagados por colonizadores que aspiram a libertar-se do ocupante. Mas o perigo surge quando se converte numa ideologia. O nacionalismo significa violência, prconceitos, distorsão de valores. Casement vive a parte mais idealista, que é a luta contra o opressor.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
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2 comentários:
O Llosa, como andino se receber um prêmio todos os dias dos espanhóis, será pouco para aquecer o arrefecimento da América dita Hispânica (uma vergonha). Como peruano é um cidadão do mundo, e teria que fazer justiça por respeito à inteligência de seu país. Como intelectual tem a responsabilidade de estabelecer um critério humanitário pela consciência de seu povo...
Do outro lado, no país do El país, para onde o sangue mouro estende seus tentáculos, deixa marcas, e seu Nacionalismo torna-se, mais um jogo de rodadas incestuosas. Aliás orgulhosos, de tornarem-se a quarta potencia editorial neste mar de letras e, de cadeira divulgar a cultura celta.
Como levar a sério, deveras como intitular tal circunstância...
Aqui há uns anos, dizia-se por blague que o Vasco Graça Moura era o equivalente luso do Mario Vargas Llosa. Que serem ambos de direita constituía aquela excêntrica incoerência que, remotamente, os unia. Um discurso anti-nacionalista, em tudo avesso ao ideário de muitos prosélitos liberais e neo liberais, tão popular nos sectores da políticas de direita apenas sublinha aquele pasmo. Ou, antes, denuncia a distância que sempre vinculou aqueles dois intelectos.
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