terça-feira, 31 de agosto de 2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

LLosa contra o nacionalismo

Mário Vargas Llosa em entrevista ao El Pais de ontem (29), a propósito do próximo lançamento do seu novo livro El sueño del celta, sobre a vida de Roger Casement (1864-1916), pioneiro defensor de direitos humanos.

P. O nacionalismo fervoroso do seu protagonista surpreende. Um atributo incomum nos seus heróis...
R. Sempre tive medo dessa forma de fanatismo. O nacionalismo parece-me ser a pior construção humana. O caso mais extremo de nacionalismo é o nacionalismo cultural. Apesar de, em determinadas circunstâncias poder representar valores libertários.
P. Há um bom nacionalismo?
R. O nacionalismo tem um valor positivo para alguns povos esmagados por colonizadores que aspiram a libertar-se do ocupante. Mas o perigo surge quando se converte numa ideologia. O nacionalismo significa violência, prconceitos, distorsão de valores. Casement vive a parte mais idealista, que é a luta contra o opressor.

domingo, 29 de agosto de 2010

sábado, 28 de agosto de 2010

À esquina de Edith Piaf



L'Accordéoniste

La fille de joie est belle
Au coin de la rue là-bas
Elle a une clientèle
Qui lui remplit son bas
Quand son boulot s'achève
Elle s'en va à son tour
Chercher un peu de rêve
Dans un bal du faubourg
Son homme est un artiste
C'est un drôle d' p'tit gars
Un accordéoniste
Qui sait jouer la java
Elle écoute la java
Mais elle ne la danse pas
Elle ne regarde même pas la piste
Et ses yeux amoureux
Suivent le jeu nerveux
Et les doigts secs et longs de l'artiste
Ça lui rentre dans la peau
Par le bas, par le haut
Elle a envie de chanter
C'est physique
Tout son être est tendu
Son souffle est suspendu
C'est une vraie tordue de la musique
La fille de joie est triste
Au coin de la ru là-bas
Son accordéoniste
Il est parti soldat
Quand il reviendra de la guerre
Ils prendront une maison
Elle sera la caissière
Et lui, sera le patron
Que la vie sera belle
Ils seront de vrais pachas
Et tous les soirs pour elle
Il jouera la java
Elle écoute la java
Qu'elle fredonne tout bas
Elle revoit son accordéoniste
Et ses yeux amoureux
Suivent le jeu nerveux
Et les doigts secs et longs de l'artiste
Ça lui rentre dans la peau
Par le bas, par le haut
Elle a envie de pleurer
C'est physique
Tout son être est tendu
Son souffle est suspendu
C'est une vraie tordue de la musique
La fille de joie est seule
Au coin de la rue là-bas
Les filles qui font la gueule
Les hommes n'en veulent pas
Et tant pis si elle crève
Son homme ne reviendra plus
Adieux tous les beaux rêves
Sa vie, elle est foutue
Pourtant ses jambes tristes
L'emmènent au boui-boui
Où 'y a un autre artiste
Qui joue toute la nuit
Elle écoute la java...
...elle entend la java
...elle a fermé les yeux
...et les doigts secs et nerveux...
Ça lui rentre dans la peau
Par le bas, par le haut
Elle a envie de gueuler
C'est physique
Alors pour oublier
Elle s'est mise à danser, à tourner
Au son de la musique...
... ARRÊTEZ!
Arrêtez la musique!...

Berlengas

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Berlengas

Raúl Brandão, nascido na Foz do Douro em 1867, é um dos escritores portugueses que melhor expressou o apelo profundo do mar e o fascínio das ilhas. No Guia de Portugal, esse extraordinário projecto de Raúl Proença, um novo Lusíadas escrito a várias mãos, pelos mais qualificados intelectuais da época (1924), descreveu assim A Berlenga.

Desembarca-se na pequena praia ao fundo do carreiro do Mosteiro, tendo em frente as escarpas vermelhas da ilha, que emergem da água verde, grossa e transparente como um vidro. Ao pôr do sol todo este granito enferrujado escorre sangue de alto abaixo, até à água que desvenda os fundos mágicos através duma lente esverdeada. Subimos um carreirinho a pique até às ruínas do pequeno eremitério de frades jerónimos, suspenso do azul e perdido naquela imensa solidão.É um sítio poético, que nos faz sismar e nos penetra de encanto. Quem esgaravata nas pedras, ainda encontra uma data apagada - amor, morte. sofrimento, tudo reduzido a cisco... Mas quem ergue os olhos, só encontra deslumbramento e vida: bóia o sol na atmosfera límpida e sem um átomo de poeira; cerca-nos o azul em ondas magnéticas, e lá para diante vagas sobre vagas. Ali em baixo, a nossos pés, avista-se uma praia solitária, um côncavo do tamanho da mão onde nunca entrou o sol. Fria e pálida entre grandes rochas negras e cenográficas, que emergem do mar e se recortam no azul, transem-nos como um sítio misterioso que o homem visse pela primeira vez. Aquela água verde, prisioneira entre escarpas altíssimas, dá-nos uma sensação glacial e estranha...
(...) visita ao Furado, espécie de túnel marinho de 70 metros de comprimento, a Sudoeste da ilha. Um entalhe nos paredões de granito, e a onda leva o barco pelo corredor estreito sobre algas com grandes pinceladas de branco nos cabelos. É uma vida escorregadia e verde, uma luz glauca e movediça, um verde líquido, com transparências doiradas á superfície. Os filamentos verdes enrodilham-se, flutuam ao lume de água, ou repousam como braços inertes . Mas se vê: uma espuma e um fio de azul estremecendo ao cimo da babugem. Nos penedos negros chapadas mais escuras com estrias veremelhas e buracos que se afundam lá para dentro, para a espessura incógnita. Na penumbra, a luz que vem de fora reflecte em ondas nas nuralhas o movimento incessante das águas. Claridade ao longe, mais luz, e desemboca-se numa esmeralda engastada em vermelho, numa praia de areia intacta e fina, entre paredões temerosos cor de ferrugem. Em cima a nesga do ceú. Dum lado, o poço entreabre-se e vê-se o mar num rasgão, para lá das rochas que lhe defendem a entrada.Ilumina-o uma luz fria de fiorde, uma luz morta de paisagem lunar - uma luz que é silêncio ao mesmo tempo, serena e indiferente como este espírito que habita a ilha, belo, feminino, solitário e perverso. Água imóvel e silêncio transido.




As ilustrações são da autoria do arquitecto Paulino Montês. Natural de Peniche, onde nasceu nos finais do século XIX, Paulino Montês tinha família nas Caldas da Rainha e foi responsável por diversos estudos e planos urbanísticos da cidade. Estas aguarelas, dos anos 30, pertencem á colecção do Museu de José Malhoa

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Eleições em 1911

No Público de hoje.


Clique na imagem para conseguir ler.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Fenêtre française

Henri Matisse
Porte-fenêtre à Collioure, 1914
Óleo sobre tela
116 x 89 cm

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Facebook: as razões de Pedro Mexia

No Público de Domingo passado:

Desamiguei-me


São já 500 milhões. E 25 milhões de novas adesões por mês. Um sucesso destas proporções significa que o Facebook dá às pessoas aquilo que as pessoas querem. Mas há sempre fregueses descontentes. Eu, por exemplo, que encerrei há dias a minha conta. Nada que 25 milhões e 1 novos utilizadores não compensem.


Há uns anos, uma amiga minha, que estudava em Cambridge, falou-me com entusiasmo duma coisa chamada "facebook" (pronunciar à inglesa). Não admira o buzz em Cambridge, pois a engenhoca nasceu na universidade de Harvard, a 4 de Fevereiro de 2004. Mark Zuckerberg, um geek de 19 anos, teve a ideia de usar o "facebook" de Harvard, ou seja, o directório fotográfico dos alunos, pô-lo on-line, e usar essa informação para detectar as miúdas mais giras da universidade. Não é a mais nobre das ideias, mas também não é a menos nobre. A minha amiga, que devia ser popular em Cambridge, gostou.


Zuckerberg justificou a criação do Facebook dizendo que ninguém entra em Harvard pelo seu aspecto físico, mas que toda a gente é julgada em Harvard pelo aspecto físico. Inspirado noutras redes sociais, o miúdo criou uma base de dados onde as pessoas deixavam o nome, fotografia, interesses, ideias e estado civil. O Facebook tinha uma vantagem em relações a muitas outras redes, que era o facto de não haver anonimato nem pseudónimos. As pessoas eram quase sempre quem diziam ser, e a sua identidade era autenticada pelos amigos.


Se o combate ao anonimato é um dos grandes méritos do Facebook, a noção de "amigo" é uma das mais abusivas. Um "amigo do Facebook" pode ser de facto um amigo, mas também um conhecido, um colega ou um total desconhecido. Basta que alguém nos aceite como "amigo" e somos logo amigos. O Facebook, no entanto, tem um limite de 5000 amigos por pessoa, ou seja, cerca de 4995 a mais do que na vida real. A lista de amigos no Facebook é usada como um troféu, e o acto de "amigar" ou "desamigar" alguém no Facebook tornou-se um evento com graves repercussões éticas.


Quando a nova rede social foi criada, Harvard aderiu em peso. Num mês, três quartos dos alunos já tinham uma conta. O jornal estudantil Harvard Crimson detectou com perspicácia as causas do sucesso: "desejo de integração", "vaidade" e "voyeurismo". Só que o sucesso alastrou, de Harvard para Stanford, depois para outras universidades, depois para os liceus, depois para o mundo dos adultos. De repente, Zuckerberg passou de geek a CEO. Deixou Harvard, formou uma empresa, viu os gigantes da Net a quererem comprar o Facebook, e começou a levar-se a sério, embora ainda use t-shirt, jeans e ténis. Há quem defenda que as redes sociais são o terceiro grande mecanismo de agregação de competências, depois da burocracia e do mercado, mas Zuckerberg entusiasmou-se com o seu brinquedo, e anuncia mesmo a chegada de uma sociedade potlach, onde todos contribuímos para o bem comum e promovemos a "democracia digital". Zuckerberg acha que o Facebook criou uma "cultura da transparência", e toma isso como um elogio.


É certo que o Facebook, como a Net em geral, permite que encontremos pessoas com interesses comuns aos nossos, o que de outra maneira não aconteceria. Que é mais um modo de divulgar informação. Que é uma boa ferramenta para causas públicas. Mas todas essas vantagens não compensam uma grande desvantagem: a perda da privacidade. Desde o início que Zuckerberg luta contra as acusações de devassa. No entanto, nenhum dispositivo de aumento da privacidade impede que o Facebook seja perigoso, pois são os utentes que de livre vontade divulgam em público a sua vida. Têm surgido inúmeras encrencas por causa da exposição insensata de fotografias pessoais no Facebook, erro que já afectou casais, empresas, agentes secretos. E a todo o momento somos confrontados com aquilo a que os americanos chamam TMI: too much information. A "sociedade da informação" consiste em sabermos mais sobre a vida pública. Sabermos mais sobre a vida privada não é um avanço civilizacional.


Ao contrário do que Zuckerberg sempre disse, o Facebook não funciona como prolongamento digital das nossas relações pessoais; é na prática uma "segunda vida", que substitui as relações presenciais, cria amizades imaginárias, incentiva a curiosidade doentia, põe toda a gente a viver em público. Uma coisa é a noção, agradável, de uma partilha de notícias, imagens, vídeos, ou então a comunicação entre amigos que vivem distantes; outra coisa é a invasão grosseira da privacidade, uma invasão consentida mas nem por isso menos preocupante.


E o Facebook, como pólo da nossa identidade (digital), tem outro grande inconveniente, que é o facto de agregar os "amigos" numa única plataforma. Uma vida social saudável exige um certo grau de compartimentação. Conhecemos pessoas em contextos diferentes, não as misturamos, mantemos diversos papéis sociais. Mas o Facebook empilha "amigos". Pessoas que não têm nada a ver umas com as outras e que nem sequer traçam um "mapa relacional" fidedigno. Eu gosto de ser coisas diferentes para pessoas diferentes, e gosto de poder escolher as minhas relações sem a coacção moral de "amigar" ou "desamigar" alguém em público. O Facebook está sempre a exigir de nós decisões dessa natureza. Ora eu não tenho nada contra, digamos, os meus colegas de liceu, mas será que quero conviver com eles, agora, ainda que on-line? Não quero, o liceu foi há séculos, não tem nenhum interesse esse regresso ao passado. E apagar as pessoas com quem nos zangamos ou que se zangam connosco? E expor à malícia alheia os nossos interesses amorosos? E ter ciúmes on-line? E saber na Net o que devíamos saber em pessoa?


Comigo não funcionou. Acho a cultura da transparência uma cultura totalitária. Desamiguei-me.

Pedro Mexia

Republicanismo: mudanças e continuidades

Fernando Catroga, no Público de hoje:

A tomada revolucionária do poder é sempre uma comprovação (e provação) para a expectativa utópica que a impulsiona. E a republicana não foi fugiu à regra. As divergências logo apareceram, tanto mais que aquela foi obra de uma frente (envolvendo sectores anarquistas, socialistas e até a conivência de importantes monárquicos dissidentes) congregada à volta de um programa mínimo - a mudança de regime e a laicização do Estado. Por outro lado, as várias facções do Partido Republicano irão formar grupos políticos próprios. E ter-se-á de lembrar que o revolucionarismo liberal e republicano sempre pensou o novo como uma regeneração, ou como uma renascença. Além disso, o vencedor de 1910 usava a história para provar que a sua revolução integrava as revoluções anteriores, mas para as superar. Ora, a estas características deve acrescentar-se uma outra: as persistências e resistências, de fundo estrutural. Daí, a impossibilidade de se assinalar mudanças, sem se falar de continuidades.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A japoneira do "meu" jardim

Hoje. Entre neblinas e cacimbo.

domingo, 22 de agosto de 2010

Métrica pedestre

Uma semana de intensa dedicação à métrica pedestre.
A alta dos preços dos combustíveis conferiu acuidade aos problemas da mobilidade e ao planeamento das deslocações no interior da cidade. A cidade que andamos a construir nos ultimos 30 anos mostra-se agora dispensiosa e penalizadora do ambiente. O deficiente planeamento das implantações dos serviços e dos sistemas de transportes e comunicações sobe agora o valor da factura do efeito de estufa e dos custos energéticos.
Muitas cidades europeias - e portuguesas - adoptaram medidas que recuperam a prática do andar a pé. Favorecem a deslocação pedestre, elaboram planos de mobilidade pedonal. Procuram garantir que os percursos para peões sejam seguros, conviviais e atractivos. Em nome da saúde, mas também da qualidade de vida e da reanimação do espaço público.
Num texto intitulado "cidade pedestre, cidade rápida", o geógrafo Jacques Levy propõe um método de análise urbana dos modos de gestão da distância centrada no peão. Denomina essa metodologia de "métrica pedestre". Mede os percursos dos peões em espaços públicos, em espaços semi-públicos ou de acesso condicionado, e em espaços privados. A aplicação da métrica pedestre permite-lhe operar uma classificação de cidades e bairros. A verificação de bons resultados na métrica pedestre equivale a desenvolvimento urbano.
É preciso perceber que os indicadores clássicos da mobilidade urbana - velocidade média da deslocação - são hoje de pouca utilidade. Interessa medir a eficácia relativa da deslocação, que depende mais do objectivo que se pode atingir do que do número de quilómetros percorridos.
Se a qualidade urbana - a urbanidade - depende cada vez mais dessa eficácia, traduzida em modelo de gestão da distância, o que se verifica é que em certas cidades ou em certas áreas das cidades o automóvel não é eficaz.
O automóvel é um grande consumidor de superfícies, por esse facto aumentando as distâncias em vez de as diminuir. De modo que, nas áreas urbanas densas e diversificadas, a métrica pedestre é mais rápida que a métrica do transporte em automóvel particular (Vide o dossiê "Marcher" no nº 359 da Revue Urbanisme , Março/Abril de 2008).

sábado, 21 de agosto de 2010

Memórias

Encontro (inesperado) com Rui C. Um rosto cansado, um olhar por vezes perdido, na sequela do luto mais impiedoso que pode haver. As (outras) memórias procuram ganhar espaço para que a vida possa de novo ter um sentido e despertar entusiasmo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Mariasdomar

Maria dá forma e vida femininas a bóias de pesca, na Torreira.O resultado é uma surpresa das mais interessantes pelos novos caminhos da intervenção artística na produção de objectos artesanais. Por detrás deste trabalho há desenho e pintura.
O blogue da autora está por fazer, mas se ela pedir ajuda, não lhe faltarão sugestões.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Rede escolar

Sete centenas de escolas de primeiro ciclo fechadas de um só golpe! É o resultado de uma alteração de padrão demográfico e consagra uma mudança estrutural na ocupação do território. Redesenhou-se o país a partir de novos eixos de circulação e do recentramento das polaridades urbanas e aí estão os sinais de desajustamento que é imperioso corrigir.
Segundo os jornais de hoje, colhida de surpresa a Associação de Municípios, prepara-se para reagir. Falsa surpresa certamente. Há meses, anos, que esta matéria está em cima da mesa, e que o Ministério da Educação negoceia laboriosamente, município a município, o encerramento de escolas. Mas não espanta que a Associação de Municípios tente travar a racionalização da rede escolar. Afinal, a rede que mais afectada foi pela revolução demográfica e territorial em curso foi a dos próprios municípios. Concebida para um Portugal rural e sem vias de comunicação rápidas, essa rede é hoje inconsistente e um factor de desperdício desmedido. A reforma administrativa é por aqui que tem de começar ou não será.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Uma lição do liberalismo oitocentista

Não foi Passos Manuel quem, na sequência do movimento setembrista (1836) promoveu, em clima de contracção e dificuldade de acesso ao crédito, um conjunto de reformas destinadas a reforçar a capacidade institucional dos territórios? Sábio princípio aquele: se não há riqueza para distribuir, distribua-se poder!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

À janela (indiscreta) de Hitchcok

Invertem-se os papéis e a cena muda de perspectiva. O voyeur - adormecido - é apanhado pela visita insperada. O que se passava lá fora, apesar de ruidoso, deixou de importar. Transição da sombra para a luz (3 nomes, 3 candeeiros) que desvela o branco da saia, em contraste com o preto da blusa e das sandálias.


O diálogo:

Lisa (L) - Como está a tua perna?
Jeff (J) - Dói um bocadinho.
L - O estômago?
J - Vazio como uma bola de futebol.
L - E a tua vida amorosa?
J - Muito parada.
L - Mais alguma coisa que te incomode?
J - Hum, hum, quem és tu?
L - Lendo de cima para baixo ... Lisa ... Carol ... Fremont.
J - És tu a Lisa Fremont que nunca usa o mesmo vestido duas vezes?
L - Só porque é isso que dela se espera.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Painted Lady

Abbey Lincoln.

Há que prestar atenção

Confesso, confiteor, existe um certo snobismo perante os uivos quase animais não só do rap, mas do heavy metal, do acid rock, que são o grande contra-ataque do ruído contar os privilégios do silêncio, contra os privilégios da cortesia, que eram os privilégios de uma classe dominante e de uma determinada elite burguesa. Nada se tornou mais luxuoso hoje do que o silêncio: paga-se a preço de ouro. No apartamento moderno não existe, na rua não existe...
- Como também não existe dentro de uma sala de aula...
Ah! poder ser silencioso... Diz-se  que agora cerca de 80% dos adolescentes não conseguem ler um texto em silêncio, sem terem um fundo electrónico da rádio, da televisão, etc. É uma coisa pavorosa, porque o cérebro não pode absorver o estímulo simultâneo do ruído e do sentido. Este ruído é um grito de guerra. Há que prestar atenção. O simbolismo de uma grande concerto de rock, de uma raverave quer dizer delírio em inglês – o desencadear da histeria do ruído, é o contra-ataque contra os privilégios que tivemos e que excluíam centenas de milhões de seres humanos.
É muito interessante, porque isso atordoa algumas possibilidades de comunicação humana, mas dá, creio, o sentido de uma comunidade dinâmica, onde a identidade  se tornou colectiva. Imagino que as cerimónias que acompanharam a tragédia antiga fossem, em certos aspectos, mais próximas de uma rave ou de uma noite de rock do que o teatro de Versalhes de Racine.

George Steiner.
Georges Steiner, Cécile Ladjali, Elogio da Transmissão. O Professor e o Aluno. Lisboa, D. Quixote, 2005. p. 65-66

domingo, 15 de agosto de 2010

Girls, girls, girls

De Tony Judt, que morreu há dias, este precioso trecho de memórias, publicado na edição do New York Review of Books de 8 de Abril deste ano

Férias em escala e ritmo de passos andantes

Foram as minhas, nos dez dias que hoje terminam. Andei muito, a pé, e de um lado para o outro, ao longo de uma linha imaginária de muitos milhares de pequenos passos. Férias com enseadas e longas conversas ao fim da tarde.

sábado, 14 de agosto de 2010

Elogio do aprender de cor

É por isso que lamento que já não se aprenda de cor. Aprender de cor é, em primeiro lugar, colaborar com o texto de uma maneira totalmente única. O que aprendemos de cor muda em nós e nós mudamos com isso, durante toda a nossa vida. Em segundo lugar, ninguém nos pode tirar isso. No meio dos porcos que governam o nosso mundo, a polícia secreta, a brutalidade dos costumes, a censura - e também temos isso na nossa sob todas as formas -, o que sabemos de cor pertence-nos. É uma das grandes possibilidades da liberdade, da resistência. Não é necessário sublinhar que as maiores poesias russas do nosso século [XX], precisamente as de Ossip Mandelstam, de Akhmatova e de tantos outros, sobreviveram dentro do de cor. E o de cor quer dizer: eu participo na génese, na transmissão do poema, tenho o poema dentro de mim.

George Steiner.
Georges Steiner, Cécile Ladjali, Elogio da Transmissão. O Professor e o Aluno. Lisboa, D. Quixote, 2005. p. 45-46.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ana Vidigal

Tornei-me feminista para não ser masoquista, escreve Ana na exposição "Menina Limpa, Menina Suja". O blogue da artista é obrigatório, mas a exposição do Centro de Arte Moderna da Gulbenkian é um momento antológico único.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Exposições da República

Tudo separa as duas exposições que, em Lisboa, evocam e celebram a República, apesar da proximidade do local em que podem ser vistas. A da Cordoaria, sob a responsabilidade da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, é uma exposição historicista, centrada no fio condutor da política, didáctica e de base gráfica. A da Central Tejo, organizada pelos serviços culturais da Fundação EDP, comissariada por José Manuel dos Santos, tendo por objecto o povo, é conceptual, baseada em suportes originais (designadamente fotografia, pintura e escultura), tem um intuito problematizante, integra criações expressamente realizadas para a exposição: Em suma: uma narrativa de um lado, um olhar interpelante do outro. Que ficará de cada uma daqui a um ano?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

No ferry

Ainda a propósito do filme de Polansky. A cena do ferry, com o carro que fica parado a meio do barco, cujo motorista não comparece no momento da chegada, prendeu-me, logo de início, a atenção. Muitas vezes me perguntei a mim próprio qual seria o comportamento dos marinheiros/seguranças do ferry se eu me distraísse a ver o mar ou a conversar na ponte e deixasse passar o momento da saída em fila. Coincidência: anteontem levei o carro de S. Jacinto para o Farol da Barra no pequeno ferry da Ria de Aveiro. Mas não, ninguém se "esqueceu" de abandonar o barco ao volante do seu automóvel...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ghost writer

Moral da história: o escritor-fantasma não deve existir. Ou bem que é escritor, e assina, ou então merece ser, misericordiosamente, reduzido de facto à condição de fantasma.

domingo, 8 de agosto de 2010

Férias é...

....quando as gaivotas nos aguardam na praia.


sábado, 7 de agosto de 2010

Este blogue (também) aderiu à silly season

Aplauso para Vicente Jorge Silva, no comentário que dedica no Sol de hoje ao "Admirável mundo de Mexia", "energizador", entre outros e em simultâneo, de Pedro Santana Lopes e José Sócrates.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

As palavras têm sexo

Subamos à cabeça do cónego.
Upa! Cá estamos. Custou-te, não, leitor amigo? É para que não acredites nas pessoas que vão ao Corcovado, e dizem que ali a impressão da altura é tal, que o homem fica sendo coisa nenhuma. Opinião pânica e falsa, falsa como Judas e outros diamantes. Não creias tu nisso, leitor amado. Nem Corcovados, nem Himalaias valem muita coisa ao pé da tua cabeça que os mede. Cá estamos. Olha bem que é a cabeça do cónego. Temos à escolha um ou outro dos hemisférios cerebrais; mas vamos por este, que é onde nascem os substantivos. Os adjectivos nascem no da esquerda. Descoberta minha, que, ainda assim, não é a principal, mas a base dela, como se vai ver. Sim, meu senhor, os adjectivos nascem de um lado, e os substantivos de outro, e toda a sorte de vocábulos está assim dividida por motivo da diferença sexual...
- Sexual?
Sim, minha senhora, sexual. As palavras têm sexo. Estou acabando a minha memoria psico-léxico-lógica, em que exponho e demonstro esta descoberta. Palavras têm sexo.
- Mas, então, amam-se umas às outras?
Amam-se umas às outras. E casam-se. O casamento delas é o que chamamos estilo. Senhora minha, confesse que não entendeu nada.
- Confesso que não.
Pois entre aqui também na cabeça do cónego. Estão justamente a suspirar deste lado. Sabe quem e que suspira? É o substantivo de há pouco, o tal que o cónego escreveu no papel, quando suspendeu a pena. Chama por certo adjectivo, que não lhe aparece:
“Vem do Líbano [esposa minha, vem do Líbano, vem... As mandrágoras deram o seu cheiro. Temos às nossas portas toda a casta de pombos...
- Eu vos conjuro, filhas de Jerusalém, que se encontrardes o meu amado, lhes façais saber que estou enferma de amor...”].
E fala assim, pois está em cabeça de padre; se fosse de qualquer pessoa do século, a linguagem seria a de Romeu: “Julieta é o sol... ergue-te lindo sol”. Mas em cérebro eclesiástico, a linguagem é a das Escrituras. Ao cabo, que importam fórmulas? Namorados de Verona ou de Judá falam todos o mesmo idioma, como acontece com o taler ou o dólar, o florim ou a libra, que é tudo o mesmo dinheiro.
Portanto vamos lá por essas circunvoluções do cérebro eclesiástico, atrás do substantivo que procura o adjectivo. Sílvio chama por Sílvia. Escutai; ao longe parece que suspira também alguma pessoa; é Sílvia que chama por Sílvio.

Machado de Assis, “O Cónego ou Metafísica do Estilo”. In Várias Histórias. Rio de Janeiro/Paris, Livraria Garnier. P. 276-277.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

À bolina

Bom vento, caro Tio.



César Pratas, 74 anos, é um dos maiores especialistas portugueses em Direito Penal Económico. Foi como nadador do Clube Naval de Setúbal, durante a adolescência, que se iniciou a sua paixão pelo mar que o tem acompanhado ao longo da vida. Skipper do veleiro de 43 pés Post-Scriptum, tem limpado quase todas as regatas disputadas da difícil baía de Sesimbra. “Velejar é como navegar na vida. É preciso estar sempre a manobrar em função do vento. Bolinamos se vamos contra o vento. Ou à popa se o temos a favor. Normalmente as provas, tal como a vida, são disputadas contra o vento”, filosofa o advogado, que garante que em 2011 participará na Regata do Rei de Espanha, na baía de Cadiz
Este ano muito provavelmente não vai dar, porque tem entre mãos um processo complicado relativo a um acidente com uma ponte que caiu nas Caldas da Rainha. Mas para o ano não falha. César Pratas, 74 anos, será o skipper do seu Post-Scriptum, um veleiro de 43 pés da classe Grand Soleil, na regata do rei de Espanha que anualmente se disputa na baía de Cadiz.
“Estou ansioso por participar. Sinto que ainda tenho muito para aprender sobre a navegação no Mediterrâneo”, confessa o advogado, especialista em Direito Penal Económico, possuidor da carta de patrão de alto mar, que o habilita a fazer navegação oceânica. “O maior gozo que tive foi uma viagem que fizemos há dois anos, entre Lagos e Cadiz. Durante as 16 horas que ela durou apanhamos as condições ideias. Foi uma navegação perfeita”, recorda no seu escritório decorado com motivos náuticos, no 1º andar do 211 da rua Castilho, junto à Penitenciária, no alto do Parque Eduardo VII.
César trabalha em Lisboa, mas vive em Sesimbra, onde tem o barco. Entre ele e o mar há uma longa história de amor. Nasceu em Setúbal, no ano em que a Espanha se dividiu em duas, quarto filho do matrimónio entre uma doméstica e um ferroviário. Viveu na foz do Sado até ir para a faculdade, com excepção de um curto período em que o pai esteva destacado pela CP na estação das Caldas da Rainha.
Aos sete anos ficou órfão de pai, pelo que a mãe viu-se na contingência de dizer sim pela quarta vez, casando-se com um funcionário da União Eléctrica Portuguesa. Oriundo de uma família apenas remediada, cedo teve de arranjar uns ganchos que lhe garantissem uns tostões, escrevendo para os jornais, enquanto estudava na Escola Comercial.
As professoras protestavam ser uma pena se aquele rapaz tão esperto, que espraiava a qualidade da poesia e prosa na página literária do Setubalense (que ele também coordenava), não continuasse os estudos na Universidade. César deu ouvidos a uma dela, que o aconselhou seguir Direito. Quando concluiu o curso comercial, fez o liceu num par de anos. No primeiro, arrumou o 1º e 2º ciclo (o equivalente ao antigo 5º ano). No segundo, completou o 7º ano e fez o exame de admissão ao que era então o mais afamado curso de Direito do país.
O mar e o desporto são uma constante que o acompanha ao longo da vida. Ainda a Europa estava posta a ferro e fogo por Hitler e já ele debutava como atleta da natação do Clube Naval de Setúbal. À mingua de piscina, treinos e provas eram sempre nas águas frias do mar, que ditavam uma época de apenas dez meses – com dois (Dezembro e Janeiro) de defeso.
“Não era nem mau, nem bom. Era um nadador do meio da tabela”, recorda César, que, mais de meio século volvido, ainda estremece quando se lembra do frio que rapava durante as longas travessias da baía. Apesar de, regra geral, a água estar muito fria, ele aguentou estoicamente durante quase dez anos a condição de nadador do Clube Naval de Setúbal, que além de o ter ajudado a enrijecer as carnes ainda lhe proporcionou uma iniciação à arte da vela.
Aprendeu a velejar num sniper do clube, e aproveitava os fins de semana para praticar. “Velejar é como navegar na vida. É preciso estar sempre a manobrar em função do vento. Bolinamos se vamos contra o vento. Ou à popa se o temos a favor. Normalmente as provas, tal como a vida, são disputadas contra o vento”, filosofa o advogado.
Além de estudar, nadar e velejar, atravessou a adolescência adestrando a escrita, em textos literários para o Setubalense e reportagens para o Distrito de Setúbal, apetrechando a bagagem cultural com um sábio programa de leituras (os Maias, de Eça, e Cartas a um Poeta, de Rilke, foram dois dos livros que mais o marcaram), e cultivando na escola do cineclubismo um espírito oposicionista ao regime salazarista, alimentado em longos serões no Café Esperança (agora reconvertido em McDonald’s).
Começou o curso em Coimbra, mas rapidamente se mudou, instalando-se num quarto alugado em Lisboa, atraído pelo magneto da agitada vida literária e cultural da capital. No tempo que o Direito lhe deixava livre, frequentava assiduamente o nº 20 da rua da Escola Politécnica, onde estava sedeada a Sociedade Portuguesa de Escritores (SPE), presidida pelo” impressionante” Aquilino Ribeiro, onde privou com José Saramago e a então sua mulher Isabel da Nóbrega, Ary dos Santos e outros nomes grandes da nossa literatura. “Nunca me esquecerei das conversas no CaféE Monte Carlo, noite dentro, com o David Mourão Ferreira”.
O jovem César prometia fazer carreira nas letras. Ferreira de Castro atribui-lhe uma bolsa, quando presidiu à SPE. Os três primeiros livros de poesia – Antemanhã, Boletim Meteorológico e Tratado de Geometria do Espaço – foram bem acolhidos nos cafés onde ele parava, o Aviz, Gelo, Brasileira. E a 4º obra, Post Scriptum (o nome que deu aos seus dois veleiros), recebeu o reconhecimento dos seus pares, ao ser distinguido, em 1962, com o Prémio Revelação da SPE.
Membro da Comissão de Juventude da Candidatura Presidencial de Humberto Delgado, teve a oportunidade de presenciar, na qualidade de correspondente na capital do Notícias de Setúbal, à célebre conferência de imprensa, em que, questionado por um jornalista espanhol sobre o que faria a Salazar se fosse eleito, o general sem medo respondeu: “Obviamente demito-o!”
A sua passagem pelos anos 60 foi adequadamente atribulada, como convinha a esta década agitada. Em 62 viveu a crise académica que fez Jorge Sampaio emergir do anonimato e levou à demissão de Marcelo Caetano do lugar de reitor da Universidade de Lisboa. Em 64 interrompeu Direito e, com a ajuda de uma bolsa, foi estudar para Lausanne, de onde trouxe um diploma em Sociologia e um francês desenferrujado.
Em 69, o ano em que completou a idade com que morreu Jesus Cristo, despediu-se da edição com a publicação do seu último livro de poesias (Sismógrafo): Acabou o curso e dedicou-se a tempo inteiro à profissão. Primeiro no Ministério Público, depois no Contencioso da Petrosul (até à nacionalização da empresa), finalmente como advogado com escritório de porta aberta.
“Ser advogado implica levar uma vida de estudo permanente, ainda para mais num país como o nosso, muito abundante em produção legislativa. Para estar actualizado é preciso estar sempre atento às novas leis e não deixar nunca de ler acórdãos. E nos dias de hoje trata-se ainda de uma profissão mais exigente. Dantes, pressupunha-se que se era bom para se ter conseguido ser médico ou advogado. Ou, o mercado exige que se faça a prova quod est demonstratum de que se é mesmo bom ”, diz, explicando por que deixou de publicar.
Trocou a poesia pela prosa jurídica, mas manteve o amor pelas coisas do mar. Mal pôde, comprou um terreno em Sampaio (entre Sesimbra e Azeitão), ao pé do mar, e encomendou um veleiro da classe Janneau, de 37 pés, que baptizou com o nome do livro que valeu o Prémio Revelação da Sociedade Portuguesa de Escritores, e onde o filho único, que lhe herdou nome, profissão e paixão, aprendeu a velejar.
César Medalha Prata, o filho, tem 31 anos e depois de ter jogado râguebi no CDUL e FCT, aprendeu as manhas no mar na Baía de Sesimbra, onde no espaço de três/quatro milhas se apanham todas as mareações possíveis. “A vela é um desporto apaixonante porque exige uma entrega total. É preciso conhecer o barco, os ventos e as correntes para poder espremer o suminho todo do veleiro e conseguir o melhor aproveitamento das velas”, diz.
“A vela é importantíssima porque me dá tranquilidade e força para o trabalho. É muito bom ter o barco aproado, sentir o mar e o vento e ter o espírito ocupado com outras coisas para além do Direito”, afirma o pai, que tal como o filho, é federado na Federação Portuguesa de Vela e apesar de ainda não ter ganho a regata D.Carlos e D.Amélia, tem no papo já muitas vitórias – este ano, das regatas organizadas pelo Clube Naval de Sesimbra, o Post Scriptum, veleiro de 43 pés da classe Grand Soleil da família Pratas, só não ganhou uma (ficou em 2º).
“Uma das coisas fundamentais na vela é ter uma noção forte da hierarquia a bordo. Há um a mandar e a obediência tem de ser total. Dentro do barco, o skipper é Deus. Se manda virar de bordo ou de vela, mesmo que não se esteja de acordo, faz-se o que ele manda. Não há espaço para discussão”, explica o Pratas filho.
A dedicação extrema que ambos exigem é o grande ponto de contacto que o pai detecta entre a vela e o Direito. “A coisa mais parecida com o Direito é o xadrez. O trabalho do advogado é solitário. No xadrez, o bom jogador é aquele que é capaz de ver algumas jogadas à frente e de antecipar as jogadas da outra parte. No mar temos de saber antecipar as condições meteorológicas”, conclui o Pratas pai, chamando ainda a atenção para outra grande diferença entre o mar e os tribunais: “No final das regatas, vencedor e vencidos vamos todos confraternizar. Num processo judiciário quem perde fica mal disposto e não vai almoçar com o colega que o derrotou…”.


Jorge Fiel

O Jogo, 1 de Agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Este blogue (também) aderiu à silly season

Alguém sabe explicar porque é que o Ministério Público é uma magistratura e um procurador um magistrado?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Este blogue (também) aderiu à silly season

Eu sei que é muito impopular dizer isto, mas as perguntas que os procuradores se queixam que não fizeram são ridículas. E evidentemente irrelevantes.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Inundações no Paquistão

Salvemos o gado!

Manifestações em Barcelona

Cartazes anti-taurinos, que é como quem diz, a favor da lei que proíbe a partir de 2012 as touradas na Catalunha.
Do outro lado - taurino - gritava-se "Liberdad, liberdad!"

domingo, 1 de agosto de 2010

Aqui triunfaron los ganaderos!

No Campo de S. Mamede, com o castelo em fundo, ontem de manhã foi dia de concurso pecuário. A luta foi intensa, mas os prémios chegaram para todos.