De uma das vozes mais lúcidas da política europeia, Felipe González:
[...] Como não é esta a perspectiva, a confusão aumenta e cada vez mais se responsabiliza os políticos locais, de uma cor ou de outra, pelo que está a acontecer, esquecendo que é a ausencia de um normativo aplicável global e localmente que está na origem desta grande bolha financeira que nos afoga com a sua implosão. Enfrentamos uma crise de governância global sem instrumentos para a corrigir.
A convicção dominante durante anos de que o mercado se auto-regulava por intermédio de uma "mão invisível" afastou a política da sua função reguladora como um estorvo ao crescimento, com a mesma determinação com que agora se exige aos políticos que reparem o desastre. Já não há outros responsáveis senão os Governos em exercício. Fala-se pouco dos autores do cataclismo e menos ainda das causas profundas que levaram a esta situação. O que resta é a exigência de responsabilidade dos Governos, a procura irracional de bodes expiatórios no quadro em que não são responsáveis, o da política.
O mundo mudou, mas nós não mudámos. A crise mostrou a existência de um antes e um depois que vem surgindo há mais de duas décadas, com a revolução tecnológica e a queda do muro de Berlim.O restante texto do presidente da Comissão de Sábios que foi encarregada de elaborar um relatório sobre o Futuro da Europa pode ser lido aqui.
1 comentário:
Após ter lido o restante texto da Comissão de Sábios que foi encarregada de elaborar um relatório sobre o Futuro da Europa. Retirei esta pequena frase que se na margem do texto e que me parece contextualizar o todo desta problemática:
Se não existisse a UE haveria que inventá-la, porque não existem desafios globais nacionais.
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