Gostaria de pôr em destaque a
exemplaridade deste projecto, que coloca Guimarães em linha com as grandes
cidades europeias que converteram grandes naves industriais ou logísticas em espaços
abertos ao talento e à inovação, nas suas modalidades diversas de expressão.
Aqui temos agora a funcionar em
pleno um Laboratório de Curadoria, na entrada, duas grandes galerias
expositivas, uma Caixa Negra para artes performativas, com capacidade para 250
pessoas e um palco que reproduz as dimensões do Auditório Principal do Centro
Cultural Vila Flor, duas salas de ensaio para dança e teatro. Em breve entrarão
em funcionamento o Laboratório de Cultura Urbana, para onde se canalizam
através de colectivos de artistas, relações com o Brasil e Galiza, e um
conjunto de serviços da Capital Europeia da Cultura, como o serviço educativo,
acolhimento de visitantes com loja e bilheteira. A ASA disporá também de
cafetaria e restaurante e um conjunto e lojas a cargo do proprietário da antiga
Fábrica.
Este novo espaço é o resultado de
uma confluência com um grupo empresarial, o grupo Lameirinho, a cujos
representantes, Comendador Albano Coelho Lima, Dr. Miguel Coelho Lima e Arq. Paulo
Coelho Lima, Administradores da Lameirinho, e Dr. Francisco Rocha Antunes,
responsável pela gestão da promoção imobiliária, devo aqui prestar publico
reconhecimento pela forma como souberam estabelecer com a Fundação Cidade de
Guimarães, nos últimos meses, em condições apertadas de tempo e recursos
financeiros, uma dinâmica parceria. A Fábrica ASA recebeu nos últimos 5 meses
uma grande transformação, que certamente orgulha os seus proprietários, aqueles
que aqui trabalharam e a cidade de Guimarães para a qual este nome é
emblemático.
Através dele evoca-se o caminho e
as encruzilhadas, de um arquitecto que tem percorrido Portugal e o Mundo
reflectindo e intervindo na cidade. Nuno Portas.
Uma Capital Europeia da Cultura
proporciona o contexto adequado à evocação desta personalidade que trouxe
escala e reconhecimento internacionais à arquitectura portuguesa e tem ajudado
a interpretar e planear alguma das grandes cidades da Europa e do Mundo. Entre
elas, Guimarães, a que está ligado desde 1983.
Arquitecto de cidades, da cidade,
fenómeno complexo, global e em mutação, esta exposição distribui-se
espacialmente como se de uma cidade se tratasse, ou como um arquipélago de
cidades. Uma cidade não é uma ilha, diz Nuno Portas, ou se o é, faz parte de um
arquipélago.
Agradeço vivamente ao arquitecto
Nuno Grande a dedicação e competência com que comissariou o projecto, de que
resultou esta exposição que não deixará de constituir um das grandes referências
de Guimarães 2012.
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