Deleuze considera três formas de pensamento: filosofia, arte, ciência.
À filosofia cabe a crição de conceitos, no plano da imanência. O conceito de ideia, por exemplo, (tão referenciado no primeiro vídeo), deve-se a Platão.
A arte é criadora de sensações, no plano da composição. Por isso, pode haver ideias em cinema, em literatura, etc. (como é dito no vídeo). E cada uma dessas linguagens cria ideias próprias, novas, de um modo seu, que não poderiam ser criadas de outros modos.
A ciência é criadora de funções no plano da referência.
Diz Deleuze:
"O que define o pensamento, as três grandes formas de pensamento, a arte, a ciência e a filosofia, é o facto de defrontar sempre o caos, traçar um plano sobre o caos. Mas a filosofia quer salvar o infinito dando-lhe consistência: ela traça um plano de imanência, que leva ao infinito acontecimentos ou conceitos consistentes, sob a acção de personegens conceptuais. A ciência, pelo contrário, renuncia ao infinito para ganhar a referência: traça um plano de coordenadas apenas indefinidas, que define sempre estados de coisas, funções ou proposições referenciais, sob acção de observadores parciais. A arte quer criar finito que restitua o infinito: traça um plano de composição, que apresenta por sua vez monumentos ou sensações compostas, sob a acção de figuras estéticas.(...) Pensar é pensar por conceitos, ou então por funções, ou então por sensações, e qualquer um destes pensamentos não é melhor do que o outro, ou mais plenamente, mais completamente, mais sinteticamente 'pensamento'."
Traduzido de: Qu'est-ce que la philosophie? Les édtions du Minuit (p.p. 198-199)
Dá (deu) que pensar este post. Muito interessante.
1 comentário:
Deleuze considera três formas de pensamento: filosofia, arte, ciência.
À filosofia cabe a crição de conceitos, no plano da imanência. O conceito de ideia, por exemplo, (tão referenciado no primeiro vídeo), deve-se a Platão.
A arte é criadora de sensações, no plano da composição. Por isso, pode haver ideias em cinema, em literatura, etc. (como é dito no vídeo). E cada uma dessas linguagens cria ideias próprias, novas, de um modo seu, que não poderiam ser criadas de outros modos.
A ciência é criadora de funções no plano da referência.
Diz Deleuze:
"O que define o pensamento, as três grandes formas de pensamento, a arte, a ciência e a filosofia, é o facto de defrontar sempre o caos, traçar um plano sobre o caos. Mas a filosofia quer salvar o infinito dando-lhe consistência: ela traça um plano de imanência, que leva ao infinito acontecimentos ou conceitos consistentes, sob a acção de personegens conceptuais. A ciência, pelo contrário, renuncia ao infinito para ganhar a referência: traça um plano de coordenadas apenas indefinidas, que define sempre estados de coisas, funções ou proposições referenciais, sob acção de observadores parciais. A arte quer criar finito que restitua o infinito: traça um plano de composição, que apresenta por sua vez monumentos ou sensações compostas, sob a acção de figuras estéticas.(...)
Pensar é pensar por conceitos, ou então por funções, ou então por sensações, e qualquer um destes pensamentos não é melhor do que o outro, ou mais plenamente, mais completamente, mais sinteticamente 'pensamento'."
Traduzido de:
Qu'est-ce que la philosophie? Les édtions du Minuit (p.p. 198-199)
Dá (deu) que pensar este post. Muito interessante.
- Isabel X -
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